Gabinete de Macri guarda patrimônio fora
Declarações de renda mostram que ministros argentinos têm no exterior 44% de suas posses, 50% mais que em 2016
Presidente anistiará recursos que forem repatriados; offshore de titular das Finanças é alvo de inquérito
chanceler Jorge Faurie, que tem uma casa em Portugal e uma conta de 4 milhões de pesos no mesmo país, e outra na França, com 1 milhão.
Já o ministro da Justiça, Germán Garavano, declarou ter uma conta nos EUA com 1,5 milhão de pesos.
O ideólogo da atual política econômica argentina e que incentivou a anistia a repatriações e o estímulo aos investimentos em pesos no país, o ex-ministro estrela Alfonso Prat-Gay, nunca trouxe de volta os 40 milhões de pesos de uma conta nos EUA.
O membro do gabinete de Macri que está mais encrencado, porém, é o ministro das Finanças, Luis Caputo, que não declarou ter parte do patrimônio investido em empresas offshore nas ilhas Cayman, um paraíso fiscal. O escândalo abalou o governo.
Caputo começou nesta quarta (4) a responder a uma comissão no Congresso que decidirá seu destino, mas a sessão foi interrompida após o ministro enviar um bilhete à deputada kirchnerista Gabriela Cerruti em que pedia: “Minhas filhas têm 11 e 13 anos, por favor não seja má”.
Cerruti respondeu aos gritos e foi acompanhada por parlamentares de seu bloco. Todos se levantaram.
A legislação argentina prevê para o delito de Caputo pena de até dois anos de cadeia.