Spread”, afirmou Lazari.
Taxas de juros estruturalmente mais baixas vão possibilitar que o mercado precifique mais corretamente o risco de crédito, disse Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, nesta quartafeira (4), em evento do Bradesco BBI, braço de investimentos do banco.
A carteira de empréstimos do banco caiu 4,3% em 2017, para R$ 492,9 bilhões, mas a instituição projeta expansão de cerca de 5% neste ano, com impulso à pessoa física.
“Vamos expandir a carteira de crédito num ambiente mais estável. Todos nós queremos a redução de [taxa de] crédito, é isso que também buscamos”, disse Lazari.
“Experimentamos cenários diversos e extremos ao longo da história, como o da última crise. Houve aumento da inadimplência, contração do crédito, tudo isso no momento em que estávamos concretizando a aquisição do HSBC”, afirmou.
Agora, disse o executivo, o Brasil está retomando o crescimento, ainda que de forma frágil, e a operação do banco está ajustada e pronta para crescer, mesmo que juros mais baixos possam significar redução dos spreads —a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados do consumidor.
“Fizemos uma lição de casa muito severa para trabalhar a sinergia de custos. Agora, temos de fazer a sinergia de receitas. Os juros mais baixos doem em um primeiro momento, porque há perda de receitas. Mas não adianta ser uma empresa rica num país miserável”, diz Lazari, afirmando ainda que o crescimento do volume de crédito e o menor risco do empréstimo mais que compensarão o juro baixo.
Reportagens da Folha mostraram, no entanto, que, embora a Selic (taxa básica de juros) esteja na mínima histórica de 6,5% ao ano, os ganhos dos bancos com spread não caem nem as taxas do crédito imobiliário, por exemplo.
“Não se reduz taxa de juros e spread com uma canetada, virando uma chave. Há uma série de fatores que devem acontecer para que elas caiam, mas não na mesma velocidade da Selic. Digo com convicção absoluta que durante este ano vamos perceber a redução significativa de juros e CONTAS PÚBLICAS O Bradesco projeta um crescimento de 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano.
As contas públicas, porém, ainda estão em má situação, disse Lazari, e só vão melhorar com “a mãe de todas as reformas, a da Previdência”.
Em relação às eleições de outubro, que turvam o futuro econômico, Lazari disse que há uma clara indefinição, mas que o banco segue otimista.
“Haverá tendência para a continuidade das boas práticas de gestão. Parece que a agenda está dada efetivamente, continuar nesse caminho será mais fácil do que mudar tudo”, disse.
De acordo com Lazari, o foco para impulsionar a pessoa física será o financiamento imobiliário, com atenção também ao crédito pessoal e ao consignado.
“A operação de crédito imobiliário é de fidelização do cliente com o banco”, afirma Lazari.
Segundo ele, março fechou com um recorde mensal de R$ 1,1 bilhão desembolsado para o financiamento de imóveis, sendo 80% desse total para pessoa física.