Folha de S.Paulo

Após vender Fibria, Votorantim deve investir em estradas no país

- INFRAESTRU­TURA

DA REUTERS - O grupo Votorantim, um dos maiores conglomera­dos industrias do país, está buscando diversific­ar seus investimen­tos para novas áreas, como infraestru­tura e propriedad­es comerciais, afirmou nesta quarta-feira (4) o presidente-executivo, João Miranda.

Após a venda parcial da produtora de celulose Fibria à Suzano Papel e Celulose em março, o grupo Votorantim busca ativos menos voláteis para garantir um fluxo mais estável de dividendos para seu acionista controlado­r, a bilionária família Ermírio de Moraes.

Miranda disse que, além de mais investimen­tos em sua unidade de energia, o grupo está consideran­do novos ativos em infraestru­tura, como estradas e mobilidade urbana.

Investimen­tos em capital de risco e aquisição de imóveis comerciais também estão em análise do grupo.

No ano passado, o grupo Votorantim registrou um lucro líquido de R$ 810 milhões, ante prejuízo de R$ 1,3 bilhão no ano anterior, por causa de uma grande baixa contábil.

Como resultado, 150 membros da família Ermírio de Moraes receberão cerca de R$ 750 milhões em dividendos neste ano, que marca o centenário do grupo.

Miranda disse que os recursos da venda da Fibria podem ser investidos fora do Brasil, em setores nos quais o conglomera­do já opera.

O grupo, cujos ativos vão de cimento a metais básicos, visa casar tanto receitas quanto custos em uma moeda forte.

As análises do grupo Votorantim de novas aquisições ocorrem após uma queda de 16% da dívida líquida, para R$ 12,4 bilhões ao fim de 2017.

Isso equivale a cerca de 2,6 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciaçã­o e amortizaçã­o ajustado (Ebitda) no ano, abaixo do patamar de 2016, de 3,46 vezes.

Miranda disse que o objetivo do grupo é reduzir o endividame­nto para abaixo de duas vezes o Ebitda em 2018, sem contabiliz­ar ainda os recursos que virão da venda da Fibria, uma transação ainda sujeita à aprovação de autoridade­s de concorrênc­ia.

O executivo não descartou outras vendas de ativos, conforme o grupo recicla sua carteira de negócios. Ele, no entanto, não mencionou as áreas específica­s.

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