Dois anos após relançamento, Playboy deixa de circular nas bancas brasileiras
DE SÃO PAULO
A Playboy não vai mais circular nas bancas brasileiras.
A revista, que era impressa trimestralmente, passará a ter apenas uma edição anual, vendida pela internet.
Tabata Pitol, diretora de Redação da Playboy, disse à Folha que a publicação passará a priorizar a produção de conteúdos digitais para seu site e para redes sociais.
A revista anual, destinada a colecionadores, será impressa sob demanda e trará o melhor publicado na internet durante o ano e conteúdos exclusivos, disse Pitol.
A última Playboy foi publicada em 29 de dezembro e teve circulação de 15 mil exem- plares. Trazia na capa uma reportagem especial sobre as coelhinhas da Playboy e outra homenageando Hugh Hefner, idealizador da revista, morto em setembro.
“O mercado de revistas impressas atravessa uma crise sem precedentes ao redor do mundo e necessita de uma readequação ao mundo digital junto aos leitores e anunciantes”, afirmou em nota Marcos de Abreu, presidente da Playboy no Brasil.
A Playboy foi publicada pela editora Abril de 1975 até o fim de 2015.
Em novembro daquele ano, a editora decidiu deixar de publicar a revista, além de outros títulos. Um dos principais motivos para a escolha foi o gasto com pagamento de royalties à Playboy Enterprises, que publica a versão americana da revista e detém os direitos sobre a marca. RECORDES Impulsionada por ensaios de personalidades da televisão, a revista teve suas edições de maior sucesso nos anos 1990. Foi vendido 1,247 milhão de exemplares em sua edição de maior sucesso, que trouxe Joana Prado, a Feiticeira, em capa de 1999.
Em agosto de 2015, a revista viu as vendas caírem 31,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A circulação foi de 79 mil exemplares.
A Playboy foi relançada pela PBB em abril de 2016, trazendo a atriz Luana Piovani na capa.
Ao assumir a publicação, a PBB prometeu que valorizaria a mulher nas imagens publicadas e em suas atitudes em relação a elas.
A editora também decidiu que não pagaria cachê para as fotografadas, sob o argumento de que a nudez não deve ser comprada.