Gestão culpa herança de caixa e obras
DE SÃO PAULO
A gestão João Doria (PSDB) culpa dificuldades financeiras e obras inacabadas da gestão Fernando Haddad (PT) para problemas em construção de CEUs, hospitais e corredores de ônibus e para as críticas feitas à zeladoria.
A prefeitura destaca entre as melhorias dos últimos 15 meses a ampliação do Carnaval de rua, a digitalização dos processos, a diminuição no tempo de abertura de empresas e da fila para exames de saúde.
Ela diz que, devido ao programa Corujão da Saúde, há atualmente menos de 93 mil pedidos e 144 mil vagas livres para agendamento.
O prefeito diz que, na raiz dos obstáculos para obras de mobilidade, saúde e educação está um déficit de R$ 7,5 bilhões que teria sido deixado por Haddad.
A administração petista nega esse buraco. Cita relatório do Tribunal de Contas que apontou haver mais de R$ 5 bilhões em caixa (embora a maioria da verba já estivesse comprometida, restando R$ 305,7 milhões de recursos livres).
“Dentre as receitas superestimadas [pela gestão Haddad] estavam transferências de recursos do governo federal para corredores de ônibus. A gestão passada já sabia que tais verbas não seriam repassadas, mas mesmo assim as contabilizou como receita destinada a obras”, afirma a gestão Doria.
O tucano, em nota, cita ainda “as obras de 12 CEUs e 32 creches/préescolas paradas e sem orçamento previsto no início de 2017”. “Sem recursos, os CEUs não puderam ser retomados em 2017, mas está pronto um plano para retomar os trabalhos”, afirma.
A respeito dos problemas nos semáforos, Doria aponta a suspensão de licitações pelo TCM como obstáculo.
Em relação ao descumprimento da meta de zerar a fila da creche, a gestão diz que foram criadas 27,5 mil vagas, “um recorde histórico” —faltaram 37,5 mil.
Sobre as críticas à zeladoria, a prefeitura cita estatísticas que, segundo ela, indicariam melhora dos serviços.
A gestão diz que as podas aumentaram de 90 mil para 98 mil e os serviços de tapa-buraco, de 193 mil para 215 mil.
Sobre privatizações, Doria destaca que seis dos oito projetos foram aprovados na Câmara.
Além disso, diz que três editais de concessão foram publicados em 2018: o do mercado de Santo Amaro, o de parques e o do Pacaembu.
Diante da alta de mortes nas marginais Tietê e Pinheiros após aumento dos limites de velocidade por Doria, a gestão diz que até agora não ficou demonstrada a relação entre esses fatores.