Folha de S.Paulo

É que isso ocorra neste ano, trazendo impacto significat­ivo ao fluxo de passageiro­s.

- MARIANA ZYLBERKAN

DE SÃO PAULO

Em seus últimos momentos no comando do governo paulista antes de sair candidato à Presidênci­a da República, Geraldo Alckmin (PSDB) deixará um saldo de dez novas estações de metrô e trem inaugurada­s em 74 dias —mais do que as nove entregues nos seis anos anteriores.

Após um acúmulo de atrasos em todas as linhas da rede sobre trilhos de São Paulo, a maratona do tucano para finalizar as obras às pressas teve nesta quarta (4) a abertura da estação Oscar Freire, da linha 4-amarela, e incluirá nesta quinta (5) a entrega da estação Moema, da linha 5-lilás.

Em ambos os casos, com operações ainda restritas aos usuários, em fase de testes.

A partir desta sexta-feira (6), Alckmin sairá do governo, que será assumido pelo vice, Márcio França (PSB).

Em seu último dia, ainda pretende inaugurar um novo trecho do monotrilho da linha 15-prata, na zona leste.

No caso da estação Moema, que será aberta nesta quinta, a operação inicial será de segunda a sábado, das 10h às 15h, sem cobrar tarifa.

Esse prolongame­nto da linha 5-lilás deveria ter ficado pronto em 2012 —mas enfrentou entrave judiciais em meio à suspeita de conluio, após a Folha revelar que as vencedoras da licitação eram conhecidas com antecipaçã­o.

Mesmo com a entrega da estação Moema, a extensão ainda não será suficiente para ligar a linha 5 às linhas 1-azul e 2-verde —a previsão OSCAR FREIRE Com atraso de oito anos, a estação Oscar Freire foi entregue nesta quarta por Alckmin pela metade —sem um acesso para passageiro­s previsto para ser aberto na avenida Rebouças no sentido bairro.

Os usuários, por enquanto, terão que usar só a entrada pela Oscar Freire ou pela Rebouças no sentido centro.

Na visita de inauguraçã­o do governador, a entrada que não ficou pronta se limitava a um buraco no terreno.

Segundo Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transporte­s Metropolit­anos, não estava previsto no projeto a necessidad­e de alteração do solo no local destinado a esse acesso. O terreno se mostrou muito mole, diz, exigindo adaptações e levando a atraso.

“Estamos tendo que cavar com mais cuidado. Vamos trabalhar devagar, mas permanente, para entregar esse segundo acesso no segundo semestre”, disse Pelissioni.

Uma falha de projeto também já havia atrasado as obras da linha 15-prata: técnicos não previram um córrego embaixo da av. Prof. Luiz Ignácio de Anhaia Melo.

Desde 2015 com apenas duas estações, a linha deve ganhar quatro novas paradas nesta sexta durante um dos últimos compromiss­os de Alckmin como governador.

Em janeiro, Alckmin inaugurou a estação Higienópol­is-Mackenzie, da linha 4. Em março, entregou a estação Eucaliptos, da linha 5, com falhas de acabamento. TREM O tucano também subiu em palanque no último final de semana para anunciar a abertura da estação de trem do aeroporto de Guarulhos, com a linha 13-jade da CPTM —que manterá operação em testes, só aos finais de semana.

A nova parada, porém, fica a quase 2 km do terminal 3 do aeroporto —os usuários dependem de um sistema de ônibus da GRU Airport para poder acessar as áreas de embarque e desembarqu­e.

O sistema já represento­u uma adaptação ao projeto original, que previa a construção da estação dentro do complexo de terminais.

Uma ligação de trem em direção a Cumbica chegou a ser prevista por Alckmin para ser entregue há 14 anos —no primeiro mandato do tucano.

Nos dois últimos governos, ele entregou quatro estações da linha 4, em 2011, e outras nove estações de metrô e trem nos seis anos posteriore­s —2012 a 2017, que incluíram anos de Copa (2014) e Olimpíada (2016) no país.

Assim como em 2018, anos eleitorais anteriores tiveram maior número de inauguraçõ­es nas gestões tucanas. Em 2010, José Serra entregou seis paradas, assim como em 2002, quando Alckmin entregou a mesma quantidade.

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