Folha de S.Paulo

Aventureir­os e preguiçoso­s se encontram em Brotas

Cidade vai do rafting radical ao balanço da rede para atrair qualquer turma

- VANESSA ALVES BAPTISTA

Destino que é referência em turismo de aventura tem nove ecoparques e opções de hospedagem rústicas e sofisticad­as

Brotas bateu o recorde de turistas em 2017, tornou-se referência nacional em atividades de aventura, mas nunca deixou de ser destino para quem prefere o balanço da rede ao do rafting.

Para os que não querem fazer nada, os melhores lugares da cidade, a três horas de carro de São Paulo, são os hotéis com tudo dentro. Piscina aquecida, massagem, sauna, mirante e comida bem feita (caseira ou mais elaborada) passaram a fazer parte da gama de serviços dos hotéis.

Há opções tanto na zona rural (o hotel Areia que Canta e as pousadas Primavera da Serra e Frangipani), todas de fácil acesso por estradas de terra bem sinalizada­s, quanto nas áreas mais próximas do centro (Brotas Eco Resort e as pousadas Mirágua Refúgios e Pé na Terra).

Fica no hotel Areia que Canta uma das principais atrações de Brotas, uma nascente que desemboca numa pequena piscina natural, cercada de vegetação nativa.

A areia branca e fina do fundo dela faz um barulho, quando manipulada, similar ao som de uma cuíca.

É permitido nadar no local, mas o número de turistas é limitado e o acesso, monitorado por funcionári­o. O valor da entrada é de R$ 70 por pessoa, nos finais de semana.

Na Primavera da Serra, a mais isolada das hospedagen­s citadas, o destaque são os passeios em veículos 4x4 no circuito de off-road dentro da mata refloresta­da do local (R$ 79,90 por pessoa, e é preciso agendar).

Para alimentar a adrenalina, uma opção são ecoparques. Sua vantagem é reunir num só lugar um cardápio extenso de atividades esportivas: arvorismo para adultos e crianças, tirolesas de todo o tipo (para pedalar, deslizar deitado ou a dois), queda livre, rapel em cachoeira, quadricicl­os e off road, para ficar em alguns exemplos.

Se a ideia do turista é passar o dia inteiro em um desses parques (que oferecem vestiário, restaurant­es e área de descanso), pode valer a pena ficar em pousadas mais simples ou hostels no centro.

Há nove ecoparques espalhados por Brotas, que fica a 246 quilômetro­s da capital paulista, numa área de montanhas e cachoeiras.

Das 50 quedas d’água da região, 17 estão abertas ao público, com entrada cobrada —boa parte dentro dos ecoparques ou dos hotéis.

A visita às cachoeiras foi o que mais atraiu os 280 mil visitantes que chegaram a Brotas em 2017 —alta de 20% em relação aos anos anteriores. fim de semana deste mês o início da celebração dos 179 anos de Brotas, dia 3 de maio. Por uma semana há procissões, shows e barracas de comida no centro. O ponto alto da festa de Santa Cruz —nome da capela— é a cavalgada, em 1º de maio, com 800 participan­tes. Depois veio o rafting, que levou quase 50 mil pessoas a descer as corredeira­s do rio Jacaré-Pepira no período.

Desde 2015, a cidade adota o uso do voucher turístico, a exemplo de Bonito (MS). A cada pulseirinh­a usada pelos visitantes em pontos turísticos pagos (e quase tudo é cobrado em Brotas), os donos dos estabeleci­mentos repassam R$ 1,09 à prefeitura.

A principal atração gratuita fica no centro. O Parque dos Saltos abrigou uma usina hidrelétri­ca e foi revitaliza­do há uma década.

Hoje as ruínas de uma das edificaçõe­s, com janelões e paredes amarelas, dão charme histórico ao local. Já as novas pontes construída­s sobre as quedas d’água e os caminhos abertos às margens do rio são os pontos preferidos para selfies.

Fora do centro, mas ainda na zona urbana, foi aberto o Centro de Estudos do Universo. É uma chance de ver estrelas em um telescópio profission­al (R$ 70). Se o céu estiver nublado, você é convidado a voltar noutra noite. É a deixa para retornar a Brotas.

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Visitante pedala “super bike”, tirolesa a 70 m de altura e com mil metros de extensão no parque Viva Brotas (R$ 99 o passeio)

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