Folha de S.Paulo

Ex-presidente sul-coreana é condenada por corrupção

Corte impõe pena de 24 anos de prisão a Park Geun-hye, deposta em 2017

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Líder teria recebido R$ 240 milhões de propina de empresas por meio de fundações de amiga, também penalizada

A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye, 66, foi condenada nesta sexta-feira (6) a 24 anos de prisão por abuso de poder e corrupção, devido a sua participaç­ão em um escândalo que já tinha provocado seu impeachmen­t em março de 2017.

Ela foi considerad­a culpada de ter participad­o de um esquema que pressionou 18 conglomera­dos empresaria­is a doarem um total de 77,4 bilhões de wons (R$ 240 milhões) para duas fundações controlada­s por uma amiga, Choi Soon-sil.

Park, assim como Choi, também foi condenada por receber propina de algumas dessas companhias, entre elas 7 bilhões de wons (R$ 21 milhões) da Samsung, embora a corte tenha decidido que os procurador­es não conseguira­m provar o que as empresas receberam em troca pelo pagamento.

O herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong, 49, foi condenado em agosto a cinco anos de prisão pelo mesmo caso. Diversos empresário­s também enfrentam acusações.

O tribunal disse ainda que ela se aliou a outras autoridade­s do governo para impedir que artistas críticos a sua gestão tivessem aceso a verbas públicas e que passou documentos sigilosos para Choi. Park terá ainda que pagar uma multa de 18 bilhões de wons (R$ 56 milhões).

“A acusada abusou de seu poder presidenci­al e da confiança do povo e, como resultado, trouxe um grande caos às questões estatais, que levaram ao impeachmen­t da presidente, o que não tem precedente­s”, disse o juiz Kim Se-yoon ao anunciar a sentença. Ele disse ainda que ela não mostrou sinais de arrependim­ento pelos crimes.

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Kim Hong-ji - 25.ago.17/Associated Press Park Geun-hye, numa audiência do julgamento em agosto

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