Folha de S.Paulo

Corinthian­s enerva Palmeiras e leva título sem torcida

Campeão paulista de 2018 vence rival no Allianz Parque por 1 a 0 e conquista torneio na decisão por pênaltis

- ALEX SABINO LUIZ COSENZO

Vitória garante terceiro troféu de Fábio Carille à frente da equipe alvinegra em menos de dois anos no cargo

Cada vez que é colocado em xeque, o Corinthian­s de Fabio Carille responde. A maior delas aconteceu neste domingo (8), quando a equipe foi à casa do maior rival obrigado a ganhar para ser campeão paulista.

A vitória por 1 a 0 no Allianz Parque (depois 4 a 3 nos pênaltis), sobre o Palmeiras, fez o clube conquistar o título estadual pelo segundo ano consecutiv­o. Com 29 troféus, o Corinthian­s é o maior vencedor do Paulista.

Após garantir 1 a 0 na partida de ida, no Itaquerão, o Palmeiras jogava pelo empate e diante de 41.227 palmeirens­es. Quando Cássio ergueu o troféu após a vitória, não havia nenhum corintiano na arquibanca­da. Por determinaç­ão do Ministério Público e da Secretaria de Segurança, os clássicos paulistas não têm a presença de torcida visitante desde abril de 2016.

A partida teve todos os ingredient­es que se espera de uma final. Nervosismo, discussões, chances de gol e uma polêmica.

Não uma simples polêmica. Uma das grandes polêmicas da história do Campeonato Paulista. Em desvantage­m no placar, o Palmeiras teve um pênalti marcado em dividida de Ralf com Dudu. O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza assinalou falta, mas voltou atrás e a partida ficou paralisada por oito minutos (leia mais ao lado).

A festa estava armada para o Palmeiras, mas quando a bola rolou, a tensão aumentou a cada minuto. Terminou com a torcida gritando “vergonha” enquanto os corintiano­s comemorava­m o título no gramado.

Carille e o Corinthian­s começaram 2017 desacredit­ados. O técnico era questionad­o pela pouca experiênci­a e o clube, pela falta de reforços de qualidade técnica. Terminaram o ano com o título estadual e o brasileiro. Em 2018, a história se repete, mas o treinador, se quiser, tem argumentos para dizer que a vitória deste domingo no Allianz Parque foi a maior de sua carreira.

“Estou honrado. Tenho um grupo que compra a ideia, sabe das nossas dificuldad­es e procura cumprir o que a gente pede da melhor maneira possível”, disse o treinador.

Após perder o primeiro jogo, os visitantes precisavam fazer gol. Marcaram no segundo minuto, com Rodriguinh­o, o meia mais regular do time, responsáve­l pela cabeçada que levou a semifinal contra o São Paulo para os pênaltis.

Com a vantagem, o Corinthian­s esperou que o Palmeiras se enervasse em campo, o que não demorou a acontecer. Mateus Vital passava sem problemas por Marcos Rocha pelo setor esquerdo. Bem posicionad­os na defesa, os visitantes foram pouco ameaçados pelo adversário no restante da partida. A esperança do Palmeiras era Lucas Lima, que teve atuação apagada.

Pesou também a ausência de Felipe Melo, expulso na primeira final. Com a entrada de Moisés, faltava um volante para roubar bola e reforçar a marcação. As trocas de posições entre Romero, Jadson e Mateus Vital confundiam a marcação palmeirens­e.

Já no final do primeiro tempo, a torcida do Palmeiras alternava incentivo ao time com manifestaç­ões de ansiedade. O medo de levar o segundo gol se misturava à esperança de achar um empate. A falta de criativida­de fez com que uma das principais opções ofensivas dos donos da casa fossem as cobranças de lateral feitas por Marcos Rocha. Ele colocava a bola dentro da área. FINAL NERVOSA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil