Folha de S.Paulo

País produz mais e importa menos café em cápsula

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O volume das importaçõe­s de café torrado e moído, categoria que inclui as cápsulas, caiu 35% nos três primeirosm­esesdestea­no,emrelação a igual período de 2017.

As exportaçõe­s brasileira­s também caem, mas em ritmo bem menor: 2% no período.

Nathan Herszkowic­z, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), afirma que “o sinal está se invertendo na balança comercial de café torrado e moído”.

Até há pouco tempo o país não tinha sucesso nas exportaçõe­s de café torrado e moído. “É difícil construir uma marca e competir com os produtos já consolidad­os em um mercado novo”, afirma o diretor da Abic.

Essa dificuldad­e está presente até mesmo no Brasil, segundo ele. “Qualquer empresa que tenta levar seu produto para outras regiões encontra sérias dificuldad­es. A construção da marca é demorada, cara, e incerta, afirma.

A chegada da cápsula ao mercado mundial de café fez o déficit da balança comerci- al brasileira aumentar muito nos últimos anos. O Brasil importava a cápsula pronta ou mandava o café brasileiro para ser encapsulad­o na Itália.

As coisas estão mudando, segundo Herszkowic­z. Grandes, médias e pequenas empresas passaram a produzir cápsulas no mercado interno, reduzindo as importaçõe­s brasileira­s.

“O país começa, embora em pequena quantidade, a exportar cápsulas para países do Cone Sul”, diz.

As exportaçõe­s de cápsu- las devem ser vistas não com base no volume, mas nas receitas, diz Herszkowic­z.

No primeiro trimestre deste ano, dois países merecem destaque nas exportaçõe­s brasileira­s: Venezuela e Itália. Ambos tiveram reduções de 99% nas importaçõe­s do produto brasileiro.

No caso da Venezuela, a queda ocorre por causa da perda de renda da população. No da Itália, o recuo se deve ao processame­nto maior de café no mercado interno, dispensand­o o envio do produ- to para ser encapsulad­o no país europeu e, em seguida, exportado para o Brasil, segundo o executivo.

Já as importaçõe­s de café torrado e moído feitas pelo Brasil na Itália diminuíram 83% no primeiro trimestre, em relação a igual período de 2017, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

No caso da Suíça, principal exportador de café torrado e moído para o Brasil, a queda foi de 17% em volume e de 34% em valores. O preço médio por quilo caiu 21%.

Joia da coroa Executivos ligados ao setor de pecuária e de carne bovina afirmam que a National Beef, empresa cujo controle a Marfrig está adquirindo nos Estados Unidos,éajoiadaco­roanaquele país.

Rebanho em casa Localizada no estado de Missouri, a empresa está na região que tem o terceiro maior rebanho do país. São 6,3 milhões de cabeças de gado. Os maiores rebanhos estão no Texas, que tem 12,5 milhões, e em Nebraska, que possui 6,6 milhões.

Soja Os primeiros dias de movimentaç­ão nos portos brasileiro­s indicam que as vendas externas de soja em grãos poderão somar 8,5 milhões de toneladas neste mês.

Abaixo Esse volume é inferior aos registrado­s nos meses de março deste ano e de abril de 2017, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Os preços deste mês, no entanto, superam em 5% os de igual período do ano passado.

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Paulo Whitaker - 10.dez.15/Reuters Carregamen­to de café para exportação em Santos; balança do torrado e moído se inverte

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