Apesar das mudanças no pessoal e no tom, Covas diz que fará uma gestão de continuidade.
DE SÃO PAULO
O novo prefeito Bruno Covas (PSDB) mexeu no gabinete e trocou o comando de cinco secretarias de São Paulo, em uma estratégia para recompor a desgastada relação da gestão de João Doria, seu antecessor, com a base aliada na Câmara Municipal.
O anúncio ocorreu nesta segunda-feira (9), seu primeiro dia útil como prefeito da cidade. Em discurso, Covas exaltou a política, na contramão de Doria, que repete ser um gestor, e não um político.
Dois dos nomes anunciados são próximos ao presidente da Câmara, Milton Leite (DEM): o vereador Eduardo Tuma (PSDB), que assume a Casa Civil da prefeitura, e João Octaviano Machado, então presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e que agora ficará à frente da pasta de Transportes.
A relação dos vereadores com a gestão Doria, que deixou a prefeitura para disputar a eleição ao governo estadual, se desgastou principalmente durante a tentativa de aprovação da reforma da previdência —que acabou congelada por 120 dias pelos vereadores após forte pressão de servidores.
Outra dificuldade é causada pelo reflexo da sucessão estadual, já que há 18 vereadores de partidos da coligação do atual governador Márcio França (PSB), que concorrerá à reeleição contra Doria.
As vendas do autódromo de Interlagos e do complexo do Anhembi seguem na Câmara e precisarão de votações com maioria qualificada (37 dos 55 vereadores).
O novo titular da Casa Civil tem boa interlocução com vereadores, além de ser próximo de Covas. Caberá a ele fazer a distribuição de cargos e ouvir pedidos dos aliados, na tentativa de aprovar o pacote de privatizações.
“É um governo que aceita sugestões dos partidos diversos”, disse Tuma. Ele minimizou o desgaste com vereadores da base e citou a recente aprovação em primeira votação de mudança de zoneamento que é parte do pacote para a venda do Anhembi.
Já Octaviano assume em momento crucial para os transportes, na reta final da licitação bilionária do sistema de ônibus municipal, processo iniciado em 2013. CONTINUIDADE “Mudou o prefeito e não muda a rota, imagine o secretariado. Se o prefeito tem o compromisso das mesmas metas, mesmas ações, por que a mudança de secretariado representa algo contrário?”, disse Covas.
Ainda como parte das mudanças, dois nomes de confiança de Doria deixarão a gestão: Cláudio Carvalho (Prefeituras Regionais) e Anderson Pomini (Justiça).
O secretário de Obras, Marcos Penido, assume as Prefeituras Regionais, e Rubens Rizek Jr., que estava na secretaria estadual de Agricultura, vai para a Justiça —ele é amigo de Covas, com quem já havia trabalhado antes.
Vitor Aly, que ocupava a presidência da empresa pública SP Obras, assume a pasta de Obras. No lugar dele na estatal assumirá Maurício Brun Bucker. A CET será chefeito