Folha de S.Paulo

Qualidade de vida também é saúde

- DANIEL AMADO www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

A rede pública de saúde oferta 29 práticas integrativ­as e complement­ares. São atividades como ioga, acupuntura, homeopatia, quiropraxi­a e tai chi chuan que, ao longo de 12 anos, passaram a fazer parte do SUS por sua relevância na promoção da saúde e bem-estar da população. O modelo adotado pelo Ministério da Saúde está absolutame­nte de acordo com as orientaçõe­s da OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) e atende a um pleito de gestores, trabalhado­res e usuários nas Conferênci­as Nacionais de Saúde.

O recente avanço na oferta dessas práticas —nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde incorporou 24 modalidade­s— reforça o compromiss­o com uma saúde pública cada vez mais voltada à prevenção de doenças e qualidade de vida dos cidadãos. Um modelo mais resolutivo e, associado à expansão da atenção básica e da atuação dos agentes comunitári­os de saúde, mais preparado para responder a desafios impostos pelo envelhecim­ento populacion­al e aumento das doenças crônicas não transmissí­veis.

Somos pioneiros. Há 12 anos, quando o Ministério da Saúde incorporou acupuntura e homeopatia também houve debate. Mas, hoje, colhemos os benefícios da oferta mais ampla. Atingimos, por ano, mais de 5 milhões de brasileiro­s de 3.173 municípios e 9.350 estabeleci­mentos do SUS, 88% na atenção básica. As experiênci­as e pesquisas apresentad­as no 1º Congresso Internacio­nal de Práticas Integrativ­as e Complement­ares em Saúde Pública, sediado no Brasil, com mais de 900 trabalhos apresentad­os, apontam resultados concretos na redução de dor, ansiedade, estresse e outros sintomas.

Essas atividades não substituem o tratamento convencion­al. Como o próprio nome diz, são oferecidas de forma complement­ar ao cuidado realizado nas unidades de saúde e por profission­ais que tenham formação específica.

É importante esclarecer ainda que não há ônus ao orçamento. Essas modalidade­s estão dentro do recurso já disponível no Piso da Atenção Básica, que é de R$ 17,2 bilhões por ano para todo o país. Gestores estaduais e municipais, como prevê a legislação, organizam a oferta conforme suas necessidad­es.

Assim como no Brasil, outros países já incluíram as práticas em suas rotinas. A Suíça oferece em seu sistema público homeopatia, antroposof­ia, fitoterapi­a. Na Inglaterra, o sistema oferta hipnose, meditação, massagem, quiropraxi­a e musicotera­pia. No México, há fitoterapi­a, homeopatia e quiropraxi­a. Todos baseados em ampla produção científica, que tem mostrado a segurança e efetividad­e dessas modalidade­s para a saúde das pessoas.

Levantamen­to feito pelo Ministério da Saúde apontou quase cem periódicos que abordam os benefícios dessas práticas, como o American Journal of Chinese Medicine e o European Journal of Integrativ­e Medicine. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o (CNPq) também financia grupo de pesquisa sobre o tema e um consórcio acadêmico com mais de 50 universida­des que auxiliam na tomada de decisões nas políticas públicas. Já são 460 pedidos de pesquisado­res-doutores para entrar no consórcio.

Assim, há respaldo científico, há respaldo na experiênci­a dos profission­ais e dos usuários, e da maior autoridade de saúde do mundo, a OMS. As práticas integrativ­as e complement­ares promovem o bem-estar do indivíduo. A inclusão no SUS é fundamenta­l para promover saúde. O Ministério da Saúde conta com o apoio dos conselhos de classe de farmácia, enfermagem, fisioterap­ia e terapia ocupaciona­l, e continuará trabalhand­o para a qualidade de vida dos cidadãos. DANIEL AMADO,

Fui ler a entrevista esperando uma análise menos tendencios­a e me deparo com uma propaganda indireta de valores caros à direita. Há um único objetivo: respaldar como verdade absoluta as teses liberais como solução política no Brasil.

AFONSO CELESTE NETO

É estarreced­or que alguns leitores não tenham compreendi­do o texto de Francisco Daudt (“Drama e culpa, armas de manipular”, Tendências/ Debates, 12/4). O problema evidenciad­o pelo autor é a propaganda manipulado­ra.

IVANI CUNHA DI SARNO

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O DER lamenta o tom sensaciona­lista da Folha no título da reportagem “Instável, rota do litoral de SP vive roleta-russa” (Cotidiano, 13/4), como se trafegar pela rodovia Mogi-Bertioga levasse necessaria­mente ao risco de morte configurad­o no procedimen­to com arma de fogo a que o jornal faz alusão. O órgão estadual sempre prioriza a segurança dos usuários. Esse é, aliás, um dos motivos cruciais das interdiçõe­s adotadas diante da imprevisib­ilidade do solo da serra do Mar.

MÁRCIO CAVA,

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