Com caciques presos, sigla sofre baixas em RJ e BA
Se no início da legislatura o MDB-RJ tinha em suas fileiras o presidente da Câmara e o líder da sigla, o diretório regional terminou esta janela partidária mantendo como deputado federal apenas dois filhos de parlamentares presos e um, ele próprio, detido.
Os seis congressistas que debandaram da sigla fugiram da associação com os principais líderes fluminenses do partido, todos presos. Estão detidos o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente do MDB-RJ, Jorge Picciani, e o expresidente da Câmara, Eduardo Cunha, além de outros dois deputados estaduais.
Restaram apenas os deputados Marco Antônio Cabral e Leonardo Picciani, além de Celso Jacob, ele próprio preso e respondendo a processo no Conselho de Ética.
O principal quadro a deixar a sigla foi o ex-prefeito Eduardo Paes, que se filiou ao DEM para tentar o governo do estado. Na esteira de sua saída, levou o deputado Pedro Paulo.
Saíram também Soraya Santos (para PR), Celso Pansera (PT), Alexandre Serfiotis (PSD), Laura Carneiro (DEM) e Altineu Cortes (PR).
O MDB-RJ se fortaleceu após ter o governo do Rio e da capital, mantendo queda de braço com o diretório nacional. Na eleição de 2014, apoiou Aécio Neves (PSDB), contrariando a orientação do partido. Foi, contudo, a última regional importante a aderir à tese do impeachment de Dilma Rousseff.
O partido não deve ter sequer candidato ao governo para a sucessão do impopular Luiz Fernando Pezão (MDB). A tendência é que a sigla apoie Paes.
O partido vive situação semelhante na Bahia. Sete me- ses após a descoberta de um bunker com R$ 51 milhões em Salvador e a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o MDB perdeu os cinco deputados estaduais que tinha.
Na Câmara, o diretório baiano ficou apenas com o deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel. Ele enfrente um processo de cassação no Conselho de Ética e pode perder o mandato ainda este ano.
O MDB-BA lançou nesta semana a candidatura do engenheiro João Santana, que sucedeu Geddel no Ministério da Integração em 2010, ao governo da Bahia. (ITALO NOGUEIRA E JOÃO PEDRO PITOMBO)