Folha de S.Paulo

Não adianta ter inflação baixa se não tem emprego

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pelo compromiss­o que os candidatos vão assumir e a relevância desses candidatos. Sendo aprovada [a reforma], o cenário é de retomada integral da trajetória. É isso o que está no preço hoje.

Se passar a percepção de que esse processo desviou, o cenário muda. Agora não dá pra perder muito tempo. Se não enfrentar desequilíb­rio fiscal, e o cerne é Previdênci­a, não haverá cresciment­o sustentáve­l. Não tem saída. Não é frustrante uma taxa de desemprego tão elevada?

A questão social [da crise] é grave. Mas ela seria muito pior se a inflação não fosse baixa. O ponto central é: como se sai disso? Eu sei como não se sai. Mas não será com mais gasto público e desequilíb­rio fiscal. Essa é a receita certa do fracasso. A nova matriz econômica, de aumento de gasto e redução de imposto, nos trouxe a esse problema social grave. Foram erros atrás de erros que nos levaram a essa situação. Sob o PT, a inflação era alta, mas a sensação de bem-estar era maior. Temos uma das menores taxas de inflação da história, e a percepção social é contrária. Como explica isso?

Não adianta ter inflação baixa se não tem emprego. Eu estou bem, você está bem. Estamos empregados e, com a inflação baixa, nosso poder de compra aumentou. Agora, e os outros 12 milhões de pessoas que estão sem emprego? Esse é o lado triste do que foi feito, pois quase 13 milhões de pessoas foram jogadas no desemprego no pico da crise. Como é que se tem sensação de bem-estar? Na minha família teve um momento em que todos os meus cunhados e irmãs estavam desemprega­dos.

O que levou a isso não é essa política que estamos fazendo. Ela está levando o país ao cresciment­o. Se não continuar a crescer, não vai tirar essas pessoas do desemprego.

Não adianta ter inflação baixa se não tem emprego. Eu estou bem, você está bem. Estamos empregados e, com a inflação baixa, nosso poder de compra aumentou. Agora, e os outros 12 milhões de pessoas que estão sem emprego? Esse é o lado triste do que foi feito, pois quase 13 milhões de pessoas foram jogadas no desemprego no pico da crise. Como é que se tem sensação de bem-estar?

A ambição política de Meirelles afetou as reformas?

Não, o ministro foi absolutame­nte correto, defendeu as bandeiras e levou os temas politicame­nte difíceis de encaminhar. Os temas são complexos. Eu não tenho ambição política e também vou encontrar dificuldad­es.

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