Folha de S.Paulo

Notícias dos colegas de Clara. “São amiguinhos da van.”

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TESTEMUNHA O carro do eletricist­a José de Carlos de Vasconcelo­s, 56, foi atingido pelo caminhão antes do choque com a van.

Ele descia a rua e, ao virar para a esquerda, na base da ladeira, sentiu o caminhão bater na traseira do seu carro. “Acho que amorteceu um pouco, antes de atingir a van”, diz ele, que mora no bairro. José não ficou ferido e conseguiu parar o carro para tentar ajudar no socorro.

Segundo ele, o motorista disse que estava sem freio. “Ele disse que gritou, mas ninguém escutou. Um mês atrás um caminhão bateu em uma casa ali perto”, diz José.

Ele afirma que os bombeiros demoraram cerca de 20 minutos. “Tinha criança para fora, ensanguent­ada. Algumas estavam desmaiadas, outras gritavam e choravam.”

O delegado Pedro Buk, do 1º distrito policial de Carapicuíb­a, onde o caso será investigad­o, disse que os veículos foram apreendido­s e a perícia técnica e mecânica, para averiguar qualquer problema no freio do caminhão, será realizada na segunda-feira (16).

Durante a noite, os dois motoristas —da van e do caminhão— prestaram depoimento. Segundo o delegado, o condutor da van admitiu estar parado em um local onde não era permitido. O motorista do caminhão afirmou à polícia que o freio falhou.

De acordo com o delegado, os dois podem ser responsabi­lizados pelo acidente e tiveram suas carteiras de habilitaçã­o apreendida­s.

A proprietár­ia do caminhão, Andressa, 25, que não quis informar o sobrenome, disse que o veículo passou por manutenção há 15 dias e não tinha problemas técnicos. “Presto serviço para uma empresa de transporte, eu que contratei o motorista.” CASA ATINGIDA Além de atingir a van, o caminhão também bateu contra o muro de uma casa, destruindo o portão, parte do teto e uma viga. O dono do imóvel, o eletricist­a Eduardo Soares, 45, estava chegando ao local quando houve o acidente.

Seu filho, Daniel, 14, estava em casa e chamou os bombeiros. “Eu estava almoçando para ir para a escola quando ouvi o barulho. Saí pela casa da vizinha porque fiquei com medo de a minha desabar”, conta ele. O menino disse que ficou assustado e chamou os bombeiros.

Seu vizinho, o vigilante Vagner, de 41 anos, ajudou a resgatar as crianças da van. “Tentamos acalmar as crianças, que estavam desesperad­as, e colocamos deitadinha­s no chão”, afirma.

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