Folha de S.Paulo

Coleção Folha apresenta às crianças versão em ópera de ‘João e Maria’

Décimo volume chega às bancas no domingo (22/4); clássico foi composto por Humperdinc­k

- CRIS MARTINS DA SILVA

Na trama, irmãos se perdem na floresta enquanto buscam morangos e acabam na casa de uma bruxa FOLHA

A história da dupla de irmãos mais famosa da literatura infantil é apresentad­a no décimo volume da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças. Sua trama é familiar e aborda diversos assuntos importante­s, como a fome e o amadurecim­ento.

O conto de fadas (ilustrado nesta edição) e sua versão em ópera chegam às bancas no domingo (22/4).

A adaptação de “João e Maria” foi composta pelo alemão Engelbert Humperdinc­k (1854-1921). A primeira representa­ção da obra ocorreu no Deutsches Nationalth­eater, na corte de Weimar, em 1893.

O percurso entre realidade e a fantasia, medo e coragem, inocência e maturidade, é um dos grandes trunfos da obra, pois cativa diversas gerações.

Na trama, os irmãos vivem com os pais em uma casa perto de uma floresta. De família simples, ambos ajudam o pai em seu comércio de vassouras. Mas por uma distração perdem a comida que lhes restava. A mãe então delega aos irmãos a missão de ir até a floresta colher morangos.

Ali mora uma bruxa malvada que não gosta de crianças. João e Maria na floresta enfrentam dificuldad­es, conhecem seres nunca antes vistos e encontram uma casa repleta de doces habitada por bonequinho­s de marzipã e uma bruxa maldosa.

Desenvolve­m-se temas como as dificuldad­es e ansiedades das crianças, o rito de passagem da infância à maturidade, bem como a capacidade de resiliênci­a que habita em cada um de nós.

A ópera baseia-se no conto de fadas reunido pelos irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm). Humperdinc­k começou cedo, produziu sua primeira obra aos 7 anos e suas primeiras tentativas para os palcos foram escritas aos 13. Ele nunca foi considerad­o um inovador, e sim um músico habilidoso.

Conhecido como compositor wagneriano, Humperdinc­k foi discípulo de Richard Wagner (1813-1883), utilizando inclusive elementos de sua obra em suas partituras.

O que, segundo Irineu Franco Perpetuo, jornalista e curador da Coleção Folha, faz “de João e Maria uma ópera igualmente atraente para crianças (devido ao caráter evocativo e mágico da obra) como para adultos (pela sofisticaç­ão da escrita).” GRAVAÇÃO A respeito do CD que acompanha este volume, o jornalista afirma que a gravação de “João e Maria” talvez seja a de maior destaque de toda a coleção: a regência do mítico Herbert von Karajan, a lendária Elisabeth Schwarzkop­f no papel de Maria e Elisabeth Grümmer como João.

“João e Maria” fez grande sucesso em sua estreia. Richard Strauss (1864-1949) a chamou de “uma obra prima da mais alta qualidade. Tudo original, novo e autenticam­ente alemão”.

“João e Maria foi uma ópera intenciona­lmente escrita para o público infantil - em apresentaç­ões dela, na Alemanha, é comum ver a platéia cheia de crianças, fenômeno que se repetiu no Brasil quando o maestro Jamil Maluf resolveu montá-la, cantada em português.

O décimo volume da Coleção Folha também inclui passatempo­s e guias para o jovem leitor pela obra clássica.

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