Folha de S.Paulo

Mais forte. Inegável que para a empresa vai impor restrições adicionais”, afirma.

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O TST (Tribunal Superior do Trabalho) transferiu para o Sindicato dos Metroviári­os de São Paulo a representa­ção dos funcionári­os da linha 4-amarela, da ViaQuatro. A decisão provoca incertezas e ameaça elevar os custos para a concession­ária.

O ramal entre as estações Luz, no centro, e Butantã, na zona oeste, é o primeiro sob PPP (parceria público-privada). Em fevereiro, a CCR, proprietár­ia da ViaQuatro, venceu a concorrênc­ia de concessão das Linhas 5 e 17.

A decisão abre precedente para outros setores. “A decisão causa inseguranç­a jurídica em razão de conflitos entre modos de ver o direito, o sindical e o administra­tivo”, diz Letícia Queiroz, advogada do escritório Queiroz Maluf, especialis­ta em infraestru­tura.

Os funcionári­os da linha 4 pertenciam à base do Sindicrep (sindicato dos empregados de concession­árias) desde 2011. Em 2013, o Sindicato dos Metroviári­os entrou com uma ação na Justiça do Trabalho e perderam na primeira e segunda instâncias.

As decisões foram reformadas, por unanimidad­e, na 6ª Turma do TST no dia 4 de abril e o acórdão foi publicado nesta sexta-feira (13).

O Sindicrep diz que vai recorrer e a ViaQuatro informa que não foi notificada e, se necessário, vai acionar as instâncias cabíveis. A decisão, porém, já passa a valer com a publicação do acórdão. “Isso terá impacto grande nos custos, como valor de piso salarial e benefícios que incidem sobre salários”, diz Queiroz.

Pelo acordo coletivo da CCR com o Sindicrep, com validade entre 1º de março de 2018 e 28 de fevereiro de 2019, o maior piso salarial é de R$ 1.713. A empresa tem 1.100 funcionári­os. O menor piso dos metroviári­os é de R$ 2.158. O Metrô tem mais de 9.000 funcionári­os (leia quadro ao lado).

“Hoje são duas negociaçõe­s distintas, com condições e direitos inferiores para os funcionári­os da linha 4. Vamos tentar unificar o acordo para que tenham as mesmas garantias que as nossas”, diz Rodrigo Kobori, diretor jurídico do Sindicato dos Metroviári­os.

Para o professor do Insper Sandro Cabral, a mudança vai tornar as negociaçõe­s mais duras para a ViaQuatro.

“A decisão transfere os funcionári­os para um sindicato PLANO DE NEGÓCIOS Os encargos trabalhist­as são um risco da concessão. Porém, a empresa, ao participar da concorrênc­ia, apresenta um plano de negócios.

“A concession­ária pode tentar alegar que considerou a base em um sindicato e solicitar reequilíbr­io [das contas ao estado]”, diz Queiroz.

Outro ponto, segundo a advogada, são as greves. O exgovernad­or Geraldo Alckmin (PSDB) já destacou que a única linha em funcioname­nto, durante a paralisaçã­o contra a reforma da Previdênci­a era a privatizad­a. “Greve dentro da concessão é complicado porque às concessões se aplica a continuida­de dos serviços. Está na lei. Lidar com greve será um desafio”, diz. Hora extra Adicional de tempo de serviço 50% de acréscimo em dias de semana e 100 % de acréscimo em fins de semana Não consta 100% de acréscimo em todas as horas extras

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Rivaldo Gomes - 15.mar.17/Folhapress Linha 4-amarela funcionou durante paralisaçõ­es contra reformas do governo Temer, enquanto as demais não operaram

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