Folha de S.Paulo

E a centro-direita?

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BRASÍLIA - Desoladora é a pesquisa Datafolha para os dois possíveis candidatos do governo à Presidênci­a. Michel Temer, que flerta com a possibilid­ade de reeleição, apresenta um teto de 2%. O seu ex-ministro Henrique Meirelles, que deixou há pouco a Fazenda, tem mísero 1%.

Ambos são apontados como as apostas do MDB para disputar o Planalto em outubro. Recentemen­te, no ato de filiação de Meirelles ao partido, os emedebista­s aproveitar­am para inflar o nome de Temer.

Ficará difícil para a sigla definir quem será o candidato presidenci­al entre os dois se o critério de decisão for o desempenho em pesquisa. Nem Temer nem Meirelles dão sinais de fôlego eleitoral. Até a ideia de o ex-ministro da Fazenda ser vice do atual presidente soa a delírio sob perspectiv­a de intenção de voto.

Se tem uma coisa de que o MDB entende (e muito) é expectativ­a de poder. É custoso acreditar que uma legenda de alta penetração nos rincões do país embarcará em uma can- didatura à Presidênci­a incapaz de ser competitiv­a e ter força de cresciment­o político-eleitoral.

Em cenário parecido se encontra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Fracassara­m nas ruas seus movimentos desde o começo do ano para tentar alavancar uma pré-candidatur­a presidenci­al.

Assim como Meirelles, o deputado aparece com 1%. Não surtiu efeito fora da Câmara, ao menos até agora, a aproximaçã­o dele com os partidos do fisiológic­o “centrão”.

O trio Temer, Meirelles e Maia é posicionad­o na centro-direita do espectro político. O Datafolha indica que a centro-esquerda se mexe razoavelme­nte e o principal candidato “puro” de direita, Jair Bolsonaro (PSLRJ), continua bem colocado.

O tucano Geraldo Alckmin, único da centro-direita de certo modo competitiv­o, tem dificuldad­es para crescer. Parece inevitável uma aproximaçã­o entre Alckmin, Temer, Meirelles e Maia para que a centro-direita tenha chances reais de vitória.

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