Folha de S.Paulo

Petistas consolidam favoritism­o antes da campanha no Nordeste

Governador­es tentarão reeleição na Bahia, no Ceará e no Piauí

- JOÃO PEDRO PITOMBO

Mesmo vivendo seu momento mais difícil com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT caminha para disputar as eleições estaduais como favorito nos estados do Nordeste já comandados pelo partido.

A desarticul­ação das oposições e ausência de nomes competitiv­os nas urnas reforçou o favoritism­o dos governador­es petistas Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí) na busca por um novo mandato.

Na Bahia, a opção do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), por não renunciar ao cargo para entrar na disputa pelo governo do estado implodiu a união das oposições, que já tem três novos pré-candidatos ao cargo.

O DEM lançou o nome de José Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana, segunda maior cidade do estado. O PSDB quer colocar na disputa o deputado federal João Gualberto. Já o MDB lançou o nome do engenheiro João Reis Santana.

O PT voltará as urnas com a mesma base que garantiu a eleição de Rui Costa em 2014, incluindo partidos como PSD, PP e PR.

“Claro que se o candidato da oposição fosse ACM Neto, daria mais trabalho. Mas nosso grupo está consolidad­o, vem forte. A expectativ­a é de vitória”, afirma o senador Otto Alencar (PSD), um dos principais aliados do petista.

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) deve ir para a disputa sustentado por uma chapa heterodoxa com a presença de PT, PDT, MDB e até o DEM.

No campo da oposição, não há sequer um nome lançado a sucessão estadual. Caciques do PSDB pressionam para que o senador Tasso Jereissati ser candidato a governador, garantindo um palanque forte para o presidenci­ável Geraldo Alckmin. O tucano, contudo, resiste em entrar na disputa.

O deputado estadual Capitão Wagner (Pros) é outro nome cotado ser o candidato da oposição. Mas ele enfrenta resistênci­a de outros partidos por seu apoio ao presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL).

No Piauí, o governador Wellington Dias tentará um quarto mandato como governador do estado, numa chapa que deve inclui PP e MDB.

A oposição lançou a candidatur­a do deputado estadual Luciano Nunes (PSDB), mas ainda tem como possibilid­ade o senador Elmano Ferrer, que filiou-se ao Podemos e saiu da base do governador.

Nome considerad­o mais forte no campo das oposições, o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB) optou por permanecer no cargo.

Se, por um lado, os governador­es petistas vão para as urnas com chapas fortes e oposição desorganiz­ada, por outro, enfrentarã­o a campanha eleitoral com seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula, na prisão.

Também vão encarar problemas no campo administra­tivo, como o incremento do número de mortes violentas entre 2014 e 2017. O avanço foi de 5,5% na Bahia e de 15,6% no Ceará.

“Será uma eleição plebiscitá­ria e o vamos destacar os principais problemas das gestões do PT. Eles não terão facilidade”, diz o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA). OUTROS ESTADOS Além dos estados em que luta pela reeleição, petistas devem disputar os governos do Rio Grande do Norte, com a senadora Fátima Bezerra, e de Pernambuco, com a vereadora Marília Arraes, prima do exgovernad­or Eduardo Campos.

Nos demais estados nordestino­s, o PT não terá candidatur­a própria e deve apoiar Flávio Dino (PC do B) no Maranhão, Belivaldo Chagas (PSD) em Sergipe, Renan Filho (MDB) em Alagoas e João Azevedo (PSB) na Paraíba.

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Geraldo Bubniak - 10.abr.2018/AGB O governador Camilo Santana (PT), que tentará a reeleição

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