Folha de S.Paulo

Aécio afirma que decisão já era esperada

Senador do PSDB de Minas Gerais diz que está tranquilo que a partir de agora poderá se defender mais livremente

- BERNARDO CARAM GUSTAVO URIBE

Presidenci­ável tucano, Alckmin diz que lei é para todos e tem de ser cumprida; ele negou embaraço à campanha

Réu pelas acusações de corrupção passiva e obstrução judicial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tentou demonstrar naturalida­de nesta terça-feira (17) com a decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

Com a confirmaçã­o da aceitação da denúncia, o tucano compareceu ao plenário do Senado Federal, cumpriment­ou colegas e jornalista­s e convocou um pronunciam­ento à imprensa.

“Eu recebo hoje com absoluta tranquilid­ade a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, até porque já era esperada. E, agora, terei a oportunida­de que eu não tive até aqui de provar de forma clara e definitiva a absoluta correção dos meus atos”, afirmou.

Ele criticou os donos da JBS e os acusou de, “associados a membros do Ministério Público”, tentar dar a impressão de ilegalidad­e a uma operação privada. O senador foi gravado no ano passado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, valor que foi entregue, segundo a acusação contra o tucano.

“O que houve foi uma gravíssima ilegalidad­e no momento em que esses empresário­s, réus confessos de inúmeros crimes, associados a membros do Ministério Público, tentam dar a impressão de alguma ilegalidad­e em toda essa operação privada para se verem livres dos inúmeros crimes que cometeram”, disse o senador.

Em rápido pronunciam­ento, de cerca de dois minutos, o tucano disse ainda que é acusado por opiniões que proferiu e votos que deu como senador.

“A atividade parlamenta­r não pode ser criminaliz­ada por aqueles que não concordam com opiniões e propos- tas apresentad­as por deputados e senadores. E isso não em meu benefício, e sim em respeito à lei, à democracia.” VACINA O acolhiment­o da denúncia causou constrangi­mento na campanha presidenci­al de Geraldo Alckmin, sobretudo pelo risco de o candidato tu- cano ter de subir no mesmo palanque do mineiro caso ele dispute a reeleição a senador em outubro.

Em Brasília, para um evento com vereadores do país, o ex-governador de São Paulo adotou um discurso em defesa do Poder Judiciário, uma espécie de vacina contra eventuais impactos do episó-

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Pedro Ladeira/Folhapress O relator do processo de Aécio, ministro Marco Aurélio

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