Folha de S.Paulo

O artigo de Aécio na Folha e os fatos em torno de sua denúncia

- Verdadeiro Verdadeiro, mas Falso

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se tornou réu

A informação está correta.

SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG) Folha

em artigo na - 17.abr.2018 VERDADEIRO O senador Aécio Neves se refere a um telefonema que sua irmã, Andrea Neves, fez ao empresário e delator Joesley Batista para tratar da venda de um imóvel. O telefonema foi de fato recuperado pela PF, e a assessoria do senador do PSDB divulgou o áudio. Também é verdade que a conversa em que a irmã do senador contata Joesley para tratar da venda de um imóvel não foi mencionada na denúncia nem integra a delação premiada do empresário. A Procurador­iaGeral da República informa que o dado só foi acrescenta­do por Joesley mais tarde.

SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG) Folha

em artigo na - 17.abr.2018 FALSO A jurisprudê­ncia do Supremo Tribunal Federal considera legal —portanto não criminosa— a gravação ambiental realizada por um dos interlocut­ores sem o conhecimen­to do outro. No dia 18 de maio de 2017, com base em farta jurisprudê­ncia, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, afirmou que as gravações de Joesley não são ilegais. As investigaç­ões também mostram que foi Andrea quem procurou o dono da JBS. O encontro, portanto, foi provocado por parte do senador —não induzido por Joesley. Procurado, Aécio afirma que usou a palavra “criminosam­ente” para se referir à ilegalidad­e da participaç­ão de membros da PGR na preparação da gravação.

SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG) Folha

em artigo na - 17.abr.2018 FALSO A denúncia da PGR mostra que Andrea se encontrou com Joesley no dia 18 de fevereiro de 2017 e que lhe pediu R$ 2 milhões para o pagamento de “honorários advocatíci­os”. No dia 24 de março do mesmo ano, em conversa gravada, Aécio aparece agradecend­o o empresário por ter recebido sua irmã e, ao ser informado sobre os R$ 2 milhões que ela havia solicitado, perguntou: “Você [Joesley] A informação está correta, mas o leitor merece mais explicaçõe­s. consegue me ajudar nisso?”, sem demonstrar estranheza com relação à destinação dos valores. Procurado, Aécio afirma que, na gravação de 24 de março de 2017, em nenhum momento o empresário lhe disse que Andrea “solicitou” algo. Em nota, o tucano destacou que Joesley se limitou a dizer que Andrea tinha falado sobre “fazer R$ 2 milhões para tratar de advogado”. SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG) em artigo na Folha - 17.abr.2018 VERDADEIRO, MAS A denúncia da PGR realmente não apontou nenhuma contrapart­ida obtida de forma direta no caso. Mas indicou que ela poderia ocorrer. Segundo memorial escrito pela procurador­a-geral, Raquel Dodge, aos ministros do STF, Aécio “estava preparado para prestar as contrapart­idas de interesse do grupo J&F, no momento oportuno. Justamente por isso é que disponibil­iza a Joesley qualquer diretoria da Companhia Vale do Rio Doce”. A denúncia do ex-procurador Rodrigo Janot também lista condutas anteriores de Aécio que teriam beneficiad­o a JBS, como, por exemplo, “na liberação de créditos de R$ 12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e dos créditos de R$ 11,5 milhões de ICMS da empresa Da Grança, adquirida pela JBS na compra da A informação está comprovada­mente incorreta. Seara”. Em nota, Aécio disse que “há uma grande contradiçã­o na argumentaç­ão da PGR”. Segundo ele, o caso de liberação de créditos de ICMS integra a delação de Ricardo Saud, exexecutiv­o da JBS, que também teria afirmado que o senador nunca fez nada pela empresa.

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em artigo na - 17.abr.2018 VERDADEIRO, MAS Na gravação feita pelo empresário e delator Joesley Batista, ele aparece conversand­o com Aécio Neves sobre uma possível indicação de Aldemir Bendine para o cargo de presidente da Companhia Vale S.A. Em tom amistoso, o senador não aceita a sugestão e confidenci­a que já havia indicado outra pessoa. “Vou falar para você o que não falei para ninguém. Nomeei o presidente da Vale hoje”. Em seguida, o tucano informa que poderia disponibil­izar qualquer outra diretoria da empresa, e termina o assunto garantindo uma vaga a Bendine. Em nota, Aécio lembra que negou o pedido de Joesley, diz que a conversa foi induzida pelo empresário e que “o importante, numa conversa informal e privada não é como as coisas são ditas, mas o resultado concreto do que foi dito”.

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