Folha de S.Paulo

A percepção mais favorável em relação à própria situação

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mínimos: 47% deles confiam em melhora nas condições.

Mas esse otimismo com as finanças não se converte em uma visão mais positiva sobre a economia brasileira. Para 41% dos entrevista­dos, a situação do país vai ficar como está. A fatia que vê melhora ficou praticamen­te estável, enquanto a que enxerga piora caiu para 26%.

Nesse ponto específico, o pessimismo é maior entre quem ganha até dois salários mínimos: 27% acham que a situação vai piorar.

A cautela se reflete no boletim Focus, do Banco Central, que vem reduzindo a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) nas últimas quatro semanas. Agora, o cresciment­o está em 2,76% —estava em 2,83% um mês atrás.

Mas, quando a comparação é com um período mais recente, os brasileiro­s voltam a ficar menos pessimista­s. A parcela que acha que a situação da economia piorou em relação aos últimos meses recuou com mais intensidad­e —caiu de 61% para 52%.

O Datafolha entrevisto­u 4.194 pessoas em 227 municípios do país, entre os dias 11 e 13 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuai­s para mais ou para menos. ECONOMIA REAL financeira se ancora em um cenário de inflação sob controle. Nos 12 meses encerrados em março, o IPCA (índice oficial de preços) acumula alta de 2,68%, abaixo do piso estabeleci­do pelo Banco Central, de 3%.

Apesar disso, a avaliação da população sobre o aumento do poder de compra teve uma leve piora no levantamen­to de abril. O reflexo dessa expectativ­a também se dá na perspectiv­a para a inflação: 53% acham que o indicador vai aumentar —em fevereiro de 2015, 81% tinham essa percepção.

Não há também sensação grande de melhora do mercado de trabalho. Para 46%, a taxa vai aumentar. No pior momento, em novembro de 2015, 76% viam piora do indicador. Segundo dados do IBGE, em fevereiro deste ano o desemprego atingiu 12,6%, leve aumento em relação ao dado de janeiro.

A pesquisa identifico­u também uma piora na percepção dos brasileiro­s em relação à avaliação do país como lugar para viver. Para 48%, o Brasil é um lugar ótimo ou bom para viver —na máxima, em julho de 2005, 80% achavam o mesmo.

Por outro lado, subiu para 60% a parcela que diz ter mais orgulho que vergonha de ser brasileiro —era de 50% em junho do ano passado.

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