Não votou? Não sei o que vai acontecer. Isso é um problema”, disse o corintiano.
Com o apoio do presidente afastado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, o paulista Rogério Caboclo, 45, foi eleito na tarde desta terça (17) o próximo presidente da entidade que comanda o futebol brasileiro. Ele assume o cargo em abril de 2019 e terá mandato de quatro anos.
Candidato único, o atual diretor-executivo de gestão da entidade obteve 135 votos dos 141 possíveis. Apenas Flamengo, Corinthians e Atlético-PR —cada um com um voto de peso dois— não apoiaram a chapa de Caboclo.
As federações de futebol do Rio e de São Paulo, que não homologaram a chapa do novo presidente, votaram nele.
Flamengo e Corinthians disseram que não votaram no dirigente por não concordarem com a mudança no colégio eleitoral promovida pela CBF em março de 2017.
Na ocasião, as federações se reuniram numa assembleia e alteraram o colégio eleitoral da entidade, que já contava com os 20 clubes da Série A e havia ganho a participação dos 20 da Série B.
Sem consultar os times, as federações criaram o sistema de pesos dos votos. As federações têm votos com peso 3, os clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B peso 1.
Por essa nova distribuição, as 27 federações permanecem com a maioria: 81 votos contra 60 dos clubes.
“Não assinamos a chapa, embora não tenha nada pessoal contra o Rogério [Caboclo]. Ele se mostrou um executivo competente”, disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
“A nossa crítica é sobre como o processo foi conduzido, que com a mudança do estatuto tirou o protagonismo dos clubes proposto pelo Profut”, acrescentou o carioca.
O Flamengo mandou um representante ao pleito, que votou nulo. O Corinthians votou em branco.
O promotor Rodrigo Terra tentou suspender na Justiça a eleição alegando que a alteração no estatuto seria ilegal, mas não conseguiu.
No seu discurso, Caboclo agradeceu apenas aos seus eleitores pela vitória. O presidente do Corinthians, Andrés Sanches, encarou a declaração como uma ameaça do próximo presidente da CBF aos seus oposicionistas.
“Só espero de verdade que o discurso dele não se cumpra. Ele disse que vai apoiar, que tem um compromisso com quem votou nele. E quem CANDIDATO ÚNICO Para homologar sua chapa na eleição da CBF, o candidato precisa ter o apoio de oito federações estaduais e cinco clubes. Ao registrar a sua chapa, Caboclo conseguiu o apoio de 25 das 27 federações, o que inviabilizou a inscrição de candidaturas de oposição.
Para isso, ele manteve entre seus oito vice-presidentes quatro que já estavam na confederação e haviam sido escolhidos por Del Nero: o empresário Fernando Sarney, o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) e os cartolas Coronel Nunes,do Pará, e Gustavo Feijó, de Alagoas.
Além disso, escolheu outros quatro são presidentes de federações para serem vices: o acreano Antonio Aquino Lopes, o Toniquim; o gaúcho Francisco Novelletto; o baiano Ednaldo Rodrigues; e o mineiro Castelar Neto.
Caboclo assume o cargo com a missão de limpar a imagem da CBF, abalada com os escândalos de corrupção dos três últimos presidentes.
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