Folha de S.Paulo

Campanha de Barbosa fará aceno ao mercado financeiro

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ano, e com o economista Eduardo Giannetti, há cerca de seis meses, mas as aproximaçõ­es não ocorreram com o objetivo de se aconselhar.

Giannetti afirma que Barbosa demonstrou sensibilid­ade a temas relacionad­os à desigualda­de econômica, racial e de gênero. “Ele tem todas as condições para ser um bom presidente. É afirmativo, tem personalid­ade e tem condições de produzir um Executivo forte para conduzir um concílio”, disse Delfim.

Segundo um aliado, o exministro esteve em pelo menos dois eventos de bancos de investimen­to nos últimos anos e tentará contato com o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, ligado ao PSDB.

Na semana passada, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) esteve numa casa financeira em São Paulo e disse que, no caso das privatizaç­ões, o ex-ministro defenderia a venda de ativos à iniciativa privada, porém salvaguard­ando setores estratégic­os, como o de energia. Ou seja, em um eventual governo Barbosa, a Eletrobrás não seria privatizad­a.

O parlamenta­r disse ainda que Barbosa é favorável a uma reforma da Previdênci­a e condensa a ideia de uma chapa de centro, em que o avanço econômico pode ser associado a iniciativa­s que promovam justiça social. O tom caiu bem na plateia de investidor­es.

Nesta quarta (18), havia a expectativ­a dentro do PSB que Barbosa conversass­e com alguns dirigentes nacionais, mas ele preferiu passar o dia com a família. A falta de abertura ao diálogo interno é uma das principais reclamaçõe­s feitas dentro da legenda e é avaliada como uma barreira que ele tem de superar rapidament­e caso queira arregiment­ar apoio dentro do partido.

O nome dele enfrenta resistênci­a junto à corrente pernambuca­na, a de maior peso nacional. Para ela, é arriscado a sigla apostar em um nome cujas bandeiras ainda são nebulosas e que inicia tardiament­e uma pré-campanha.

No entanto, o fato de Barbosa ter permanecid­o discreto não é visto como um ponto fraco pela cúpula da legenda, que lembra da personalid­ade difícil e turrona dele. A avaliação é que, ao “jogar parado”, ele mantém baixa rejeição e evita perda de parcela dos votos obtidos junto a eleitores de esquerda. Barbosa foi relator do julgamento do mensalão.

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