Dívida baterá 90% do PIB em 2019, diz FMI
Em relatório sobre o estado da política fiscal pelo mundo, o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que a dívida bruta do Brasil deva bater os 90% do PIB em 2019 e chegar a quase 100% até 2023.
É um dos maiores patamares de dívida entre as economias emergentes do mundo e comparável à de países desenvolvidos. Na América Latina, por exemplo, a média é de 61%. O percentual fica na casa dos 50% na Argentina e na Colômbia, e não passa de 23% no Chile.
“É um nível muito alto no contexto dos mercados emergentes”, afirma o economista Vitor Gaspar, diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI.
No ano que vem, a dívida deve bater nos 90,2% e, em 2023, atingir 96,3%. No ano passado, esse percentual foi de 84%.
“São níveis que, no passado, estiveram associados a crises fiscais”, diz Gaspar. “A dívida média só foi maior durante os anos 1980, que ganharam o título de década perdida na América Latina.”
A proporção da dívida pública brasileira preocupa o FMI, que pediu a aceleração das reformas e do ajuste fiscal do país no documento Fiscal Monitor, lançado nesta quarta (18).
O FMI elogia a queda do déficit orçamentário em 2017 e cita a aprovação do teto de gastos.