Juíza pede perdão por comentário sobre Marielle
como os de família.
É nessa área que pretende continuar. Passado o susto de sua história ter viralizado país afora, a advogada acredita que o fato pode não prejudicá-la na profissão. Ela continua recebendo novos casos normalmente.
A OAB fez um desagravo público a ela, no dia 22 de março, em Fortaleza. Alegando violação das prerrogativas, acionou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a corregedoria do Tribunal de Justiça pedindo punição ao juiz —há um processo aberto.
Para ela, o fato de ser iniciante pode ter pesado no episódio. “Outros colegas mais experientes dizem que não sabem como reagiriam naquela situação. Eu temi até receber voz de prisão por desacato. O que quero agora é só seguir trabalhando, não vou desistir da advocacia.”
Após a divulgação do áudio, Mota Junior se declarou suspeito para o processo, que foi repassado a outro magistrado. O TJ-CE informou que o caso está sendo analisado pela corregedoria. GUARDA
COLUNISTA DA FOLHA
A desembargadora Marília Castro Neves, que afirmou em uma rede social que a vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ) “estava engajada com bandidos”, escreveu carta a uma professora com síndrome de Down na qual pede desculpas por seus comentários feitos sobre ela, sobre a parlamentar morta no Rio e sobre o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Depois da polêmica mensagem sobre Marielle, outros comentários antigos da desembargadora feitos na internet vieram à tona. Em um deles, Marília questionou o que professores com Down pudessem ensinar. Em uma rede social, a professora Débora Seabra, que é Down, publicou uma carta em resposta à desembargadora.
Outro texto polêmico de Marília, publicado em 2015, a desembargadora dizia que Jean Wyllys deveria ir para um paredão (de fuzilamento) “embora não valha a bala que o mata”.
Na carta, ela diz que precisou de tempo para refletir após a repercussão de seus comentários e que foi da carta de Débora que lhe veio “a maior lição: a de que precisamos ser mais tolerantes e duvidar de pré-conceitos.”
Sobre Marielle, Marília diz que perdeu “a oportunidade de ficar calada” e em relação a Jean Wyllys, que discorda de suas ideias, mas que não deseja mal a ninguém.