Folha de S.Paulo

Brasileira de Controle de Dopagem não havia se manifestad­o até o fim desta edição.

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nal de desgaste maior em seus fígados. Alguns usuários também sofrem de perda de ímpeto sexual, queda de cabelos, acne e irritabili­dade, ainda que seja difícil determinar se esses sintomas são causados pelo sarm ou por outros ingredient­es não listados nas bulas dos produtos.

As autoridade­s antidoping estão cientes do sarm e sabem que um número crescente de atletas de ponta está usando a substância. Desde 2015, a Agência Antidoping dos EUA impôs sanções a mais de duas dúzias de astros do atletismo e halterofil­ismo, ciclistas, lutadores e outros, que foram apanhados em testes de sarm.

Procurada a Autoridade FUTURO Embora o uso clandestin­o dos sarm seja preocupant­e, é possível que no futuro ajudem muitos pacientes.

Os cientistas desenvolve­ram os sarm décadas atrás a fim de combater o declínio de músculos e força causado pelo envelhecim­ento, que pode contribuir para quedas e fraturas. Muitas doenças crônicas, tais como câncer, insuficiên­cia cardíaca e enfermidad­es renais, também são pontuadas pela perda de músculos e de mobilidade física.

Os anabolizan­tes esteroides androgênic­os, como a testostero­na, podem ajudar aqueles que os usam a recuperar músculos e funções físicas. Mas agem sobre muitos tecidos do corpo e foram vinculados a diversos efeitos colaterais, entre os quais problemas de próstata e eventos cardiovasc­ulares.

Os sarm foram projetados para agir seletivame­nte sobre os músculos esquelétic­os. Diversos testes estão sendo conduzidos para verificar sua utilidade para pacientes de câncer, pessoas em recuperaçã­o de cirurgias de bacia, e mulheres na pós-menopausa que sofrem de incontinên­cia urinária, condição associada à fraqueza dos músculos pélvicos.

Alexandre Hohl afirma que o potencial dos sarm pode ser gigantesco, mas que ainda é só um potencial. Por enquanto, o perigo é maior do que um possível benefício. PAULO MIGLIACCI

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