Jadson e arbitragem dão vitória para o Corinthians
Meia abriu o placar contra o Independiente, que teve gol legal anulado
Poupado na estreia do time alvinegro no Brasileiro, Jadson fez as vezes de Rodriguinho na Libertadores
A estratégia do Corinthians de poupar Jadson na vitória sobre o Fluminense no último domingo (8), na estreia da equipe no Campeonato Brasileiro, deu resultado.
O meio-campista voltou a ser titular nesta quarta-feira (18), contra o Independiente, pela Libertadores, e foi decisivo, marcando o gol da vitória por 1 a 0 da equipe alvinegra na Argentina aos 35 min do segundo tempo, após cruzamento de Mateus Vital.
Também ajudou a equipe corintiana a anulação de gol de empate do Independiente aos 41 min do segundo tempo. O bandeirinha sinalizou impedimento inexistente de Silvio Romero, que desviou chute de Meza para o gol.
Com o resultado, a equipe alvinegra se garantiu na liderança isolada do Grupo 7 com sete pontos. O segundo colocado da chave, o Millonarios, da Colômbia, tem quatro.
O gol de Jadson foi fundamental, já que Rodriguinho, que havia marcado os últimos quatro gols da equipe paulista, não brilhou desta vez.
Artilheiro do time no ano com seis gols, Rodriguinho muitas vezes fica sobrecarregado pelo esquema sem atacante de referência implantado pelo técnico Fábio Carille, que ainda não encontrou substituto à altura de Jô, negociado com o futebol japonês no final do ano passado.
Além dos dois gols na vitória contra o Fluminense, ele também havia marcado nas vitórias por 1 a 0 nos jogos de volta do Paulista contra São Paulo, na semifinal, e Palmeiras, na final, que levaram a equipe ao título estadual.
Além de armar as jogadas, o jogador também fica responsável por definir as jogadas, já que os dois atacantes escalados, Clayson e Romero, jogam abertos e não tem tanto poder de finalização.
Essa chegada ao ataque explica a fase artilheira de Rodriguinho, mas também mostra o quanto o Corinthians se tornou dependente do poder de decisão dos seus meias.
Nesta semana, o clube alvinegro deve anunciar a contratação do centroavante Roger, do Internacional. Ele já foi aprovado nos exames médicos realizados pela equipe.
O Independiente começou a partida pressionando a saída de bola corintiana. Quando tinha a posse de bola, trocava passes rápidos e chegavacomperigo,comoaos7minutos, quando Benítez chutoucomperigoeaboladesviou em Balbuena e Ralf.
O Corinthians, como de costume, defendeu-se bem.
Apesar da pressão adver- sária, a primeira chance corintiana veio cedo, com a chegada de Maycon, de volta ao time titular após ter ficado no banco na estreia da equipe no Campeonato Brasileiro.
Ele está em vias de ser contratado pelo Shakhtar Donetsks, da Ucrânia, segundo o técnico Fábio Carille.
As principais ações de jogo da primeira etapa foram do time argentino.
Aos 19 minutos, Silvio Romero, atacante do Independiente, foi lançado nas costas da defesa corintiana. Ele ganhou na corrida e bateu meia altura, cruzado. A bola passou raspando a trave.
O Corinthians voltou melhor no segundo tempo, mas pouco finalizava. Em uma das únicas chances que teve Jadson, como um centroavante, marcou o gol da vitória da equipe alvinegra.
O Corinthians volta a campo no próximo domingo (22), às 11h, contra o Paraná, fora de casa, pelo Brasileiro.
Uma testemunha esteve no início da tarde desta quarta-feira (18) na Delegacia de Repressão e Combate à Pedofilia em São Paulo para prestar depoimento sobre a acusação de abuso sexual contra o afastado coordenador das categorias de base do Santos, Ricardo Marco Crivelli, conhecido como Lica.
A denúncia foi revelada pela Folha na terça-feira (17).
Ruan Petrick Aguiar de Carvalho, 19 anos, registrou Boletim de Ocorrência na sexta-feira (13). Ele diz que Crivelli o abusou sexualmente. Na época, o jogador tinha 11 anos.
Integrantes da equipe de delegados que apuram o caso confirmaram à Folha a presença da testemunha, que também é jogador de futebol e atua em um clube de São Paulo. A partir da abertura do inquérito, o que aconteceu no início desta semana, o caso corre em segredo de Justiça.
A testemunha confirmou a história contada pelo acusador e disse que estava na casa na noite em que teria acontecido o crime, em 2010. No depoimento, ele afirmou que Crivelli tentou abusá-lo, mas foi rechaçado.
Outras duas pessoas estiveram na delegacia acompanhando a testemunha, mas não prestaram depoimentos.
O advogado de Crivelli, Adriano Vanni, esteve na delegacia em São Paulo para conversar sobre o comparecimento de seu cliente para prestar depoimento. A data não foi definida. Ele nega as acusações de Ruan.
“Meu cliente tem total interesse em que este caso seja esclarecido e a verdade apareça”, disse ele.
“Eu estive no Santos ontem [terça] e pedi para me colocarem de frente para o Lica, para ver se ele tinha coragem de negar para mim. Mas não colocaram. O Santos sabe o que aconteceu. O [Marcos] Maturana [integrante da diretoria das categorias de base] disse para eu não ir à imprensa porque o Santos era muito grande. O Santos é grande, sim. Mas para mim, meu filho é maior que o Santos”, disse o pai de Ruan, Régis Santana, que também esteve na delegacia nesta quarta-feira à tarde.
O dono da casa em que teria acontecido o caso e empresário de Ruan, Luciano Pereira, conhecido como Belém, prestou depoimento e também confirmou aos delegados a história contada pelo seu cliente.
A Folha apurou que a linha de defesa de Crivelli se baseia em documentos fornecidos pelo Santos. Um deles diz que a entrada de Ruan em 2010 no clube aconteceu em setembro.
No boletim de ocorrência, o jogador disse que o abuso aconteceu em março. Logo depois disso, ele entrou no clube, segundo o relato. A defesa afirma que Crivelli não trabalhava na base do Santos nessa época, mas no profissional.
No boletim, Ruan disse ter sido acariciado nas partes íntimas e ter recebido sexo oral. Em seguida, diz ter sido admitido no Santos, onde ficou um ano e meio. Completa afirmando que semanas depois de começar a recusar as investidas de Crivelli, foi dispensado do clube. OUTRO LADO O coordenador da base do Santos, Ricardo Crivelli, informou que não se pronunciará sobre as acusações.
O Santos diz ter recebido a denúncia com surpresa e afirma que abriu uma investigação para apurar o caso.
“O clube vai investigar criteriosamente a situação, considerando que o profissional em questão jamais teve qualquer mácula em sua extensa carreira no futebol, e que acusações como essa envolvem reputações, tanto dos acusadores quanto do próprio acusado, que devem ser preservadas sem qualquer juízo prévio de culpa. Reiteramos, contudo, que a apuração será conduzida pelas autoridades competentes, se efetivamente consistentes”, afirma o clube em nota enviada à Folha.