Folha de S.Paulo

Assembleia ainda não sabe qual o rito a seguir em processo de afastament­o

- Carolina Linhares

belo horizonte A Assembleia Legislativ­a de Minas Gerais ainda não tem bem definido qual será o rito de tramitação do pedido de impeachmen­t contra o governador Fernando Pimentel (PT), que foi aceito nesta quinta (26) pelo primeiro vice-presidente da Casa, Lafayette Andrada (PRB).

Ficou decidido que uma reunião da Mesa Diretora marcada para a semana que vem definirá os próximos passos.

A aceitação do pedido será publicada em até 48 horas no Diário Oficial e haverá a formação de uma comissão especial que tem até 15 dias para entrar em funcioname­nto.

O grupo será composto por três deputados do bloco governista, dois de oposição e dois independen­tes. Caberá a eles escolher um presidente, um relator e votar um parecer contra ou a favor da admissibil­idade do processo. Não há prazo definido.

O regimento interno da Assembleia e a Constituiç­ão estadual estabelece­m que as normas do processo de impeachmen­t estão definidas em lei federal especial, a lei 1.079 de 1950 —a mesma que regeu o processo contra a expresiden­te Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Segundo a legislação, o governador só é afastado por 180 dias após o plenário da Assembleia, por maioria de dois terços (52 de 77 deputados), autorizar a instauraçã­o do processo.

O julgamento fica por conta de um órgão formado por cinco deputados e cinco desembarga­dores, além do presidente do Tribunal de Justiça do estado, que vota em caso de empate.

É necessária maioria de dois terços para a condenação à perda do mandato e inabilitaç­ão por até cinco anos de qualquer função pública.

Pimentel é acusado no pedido de impeachmen­t de atrasar repasses constituci­onais à Assembleia, ao Judiciário e às prefeitura­s, além de atrasar e parcelar o salário de servidores.

O governo estadual afirma que os pagamentos estão em dia.

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Neto Talmeli/Folhapress Pimentel (à dir.) com o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes

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