Justiça peruana manda libertar ex-presidente Humala
lima O Tribunal Constitucional do Peru revogou, nesta quinta-feira (26), a prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher, a ex-primeira-dama Nadine Heredia, e ordenou que eles fossem liberados da prisão.
O casal havia apresentado um habeas corpus e, agora, vai aguardar o julgamento do processo em liberdade, segundo o advogado deles.
O ex-presidente e a mulher são acusados de lavagem de dinheiro por terem recebido dinheiro da construtora brasileira Odebrecht para as campanhas de 2006, em que perdeu para Alan García, e de 2011, quando venceu Keiko Fujimori. Eles negam as acusações.
Humala foi o primeiro mandatário de país latino-americano a ser preso em decorrência das delações da Odebrecht na Operação Lava Jato.
“O Tribunal Constitucional concordou, por maioria, aceitar o habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente”, anunciou o presidente do colegiado, Ernesto Blume.
Segundo fontes judiciais, o casal seria libertado antes do final de semana, o que ainda não havia acontecido até o encerramento desta edição.
“Amigos, conseguimos! O TC decidiu a favor do habeas corpus de Ollanta Humala e Nadine Heredia e eles serão libertados”, disse César Nakazaki, advogado do casal.
Humala, 55, e sua mulher, Nadine Heredia, 41, estão presos há mais de nove meses a pedido da Procuradoria.
Segundo as informações que embasam a acusação, eles praticaram lavagem de dinheiro ao receberem US$ 3 milhões (R$ 10,4 milhões) da empreiteira brasileira para a campanha eleitoral de 2011.
O juiz do caso, Richard Concepción Carhuancho, ordenou 18 meses de prisão preventiva contra ambos em julho passado, enquanto a investigação avançava.
O ex-presidente de esquerda esteve detido em um quartel da polícia no leste de Lima, enquanto sua mulher permaneceu em uma prisão feminina ao sul da capital.
Ambos receberam a notícia da libertação quando celebravam o aniversário de sua filha mais velha, no quartel onde está o ex-presidente.
Humala governou o Peru de 2011 a 2016 e é um dos quatro ex-presidentes do país investigados pelo escândalo de corrupção com a Odebrecht, mas o único que foi preso.