Aves de rapina
vê, praticamente contam a história da ruína do Edifício Wilton Paes de Almeida, um marco arquitetônico da cidade erguido nos anos 1960 e abandonado pelo poder público na década passada.
É provável que haja parcelas de razão de lado a lado. Tanto as políticas governamentais falham em prover habitação quanto os movimentos de sem-teto incentivam irresponsavelmente a invasão de áreas inabitáveis, contando com a leniência do Estado.
De omissões, letargia decisória, subestimação de riscos e transferências de responsabilidade resultou o desastre no largo do Paissandu. A queda do prédio ocorreu ao longo de anos, aos olhos de todos. brasília A reação tímida de alguns políticos a episódios de violência nesta pré-campanha expõe uma classe que se alimenta de uma polarização em processo de apodrecimento. Dirigentes partidários e presidenciáveis ignoram a gravidade de ameaças e ataques físicos. Preferem o silêncio ou, pior, instigam seus seguidores a ter um comportamento agressivo para obter ganhos eleitorais.
Símbolo de um antipetismo em decomposição, Jair Bolsonaro (PSL) foi incapaz de emitir uma palavra de repúdio ao ataque a tiros contra o acampamento pró-Lula em Curitiba, no último sábado (28). Optou por dar uma bordoada nos opositores que atribuíram a ele a responsabilidade pela violência contra os militantes. “Desespero”, retrucou.
A cúpula do PT divulgou vídeos para condenar o inadmissível episódio. Mas aproveitou para culpar a mídia, o juiz Sergio Moro e o próprio Bolsonaro. Para a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, o caso é resultado de um “processo construído de perseguição” contra a esquerda.