Folha de S.Paulo

Governador­es perdem aliados antes da eleição

Antigos apoiadores promovem debandada a poucos meses da campanha e deixam governista­s isolados em 4 estados e DF

- José Ivo Sartori MDB - -João Pedro Pitombo Fábio Dantas (PSB) Rodrigo Rollemberg PSB - Robinson Faria PSD - Pedro Taques PSDB - Carolina Linhares Paulo Câmara PSB -

Perdeu apoio de PSDB (do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr), PP (da senadora Ana Amélia) e PDT salvador Eles são potenciais candidatos a um segundo mandato. Mas começam a enfrentar um cenário de isolamento político nas vésperas das eleições deste ano.

Os governador­es de Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Pernambuco enfrentam uma debandada de aliados e deverão ter dificuldad­es na formatação de chapas competitiv­as para disputar um novo mandato.

São governador­es que têm em comum baixa popularida­de e gestões fortemente impactadas pela crise financeira e fiscal. Em quase quatro anos de governo, deixaram uma marca de baixo nível de investimen­to e atrasos ou parcelamen­tos no pagamento dos salários de servidores.

No Distrito Federal, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) enfrenta uma rebelião entre seus aliados mais próximos. Partidos como PSDB, PSD, PRB e PDT deixaram seus cargos no governo e começam a articular uma chapa de oposição ao governador. A base na Câmara Legislativ­a minguou —apenas 8 dos 24 deputados Perdeu apoio de PPS (do senador Cristóvão Buarque), PSDB, PSD (do vice-governador Renato Santana), Rede e PDT vice-governador do estado, que disputará a sucessão distritais são de partidos aliados a Rollemberg.

Diante do isolamento, Rollemberg tenta reconstrui­r ponte com partidos de menor porte como PDT, PV e Rede.

“Estamos conversand­o para atrair partidos do campo progressis­ta. Entendemos que, se o governador fez muita coisa num quadro de adversidad­e, imagine agora com a casa arrumada”, diz Tiago Coelho, presidente do PSB-DF. Perdeu apoio de PT (da senadora Fátima Bezerra), PCdoB, PSB (do vicegovern­ador Fábio Dantas) e PP

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), é outro que enfrenta um cenário de isolamento. Os três maiores partidos que compuseram sua chapa em 2014 —PT, PP e PCdoB— deixaram o governo.

Já o vice-governador Fábio Dantas (PSB) anunciou que disputará a sucessão. “Não faz sentido um governador que perdeu o foco da gestão querer disputar a reeleição. Parece que ele perdeu a sensatez”, afirma Dantas.

Por contrapor as perdas, Faria tenta construir novas alianças. O PSDB foi cortejado na semana passada em um jantar em Brasília com o presidenci­ável Geraldo Alckmin.

Os tucanos do Rio Grande do Norte, contudo, resistem em firmar uma aliança com um governador desgastado.

Além de fazer uma gestão marcada por graves dificuldad­es financeira­s, o governador foi denunciado pela Procurador­ia-Geral da República por suspeita de obstrução da Justiça em um processo que investiga desvio de recursos da Assembleia Legislativ­a.

Outro governador que enfrenta uma debandada de aliados é Pedro Taques (PSDB), Perdeu apoio de PDT, PSD (do vice-governador Carlos Fávaro), DEM (do senador Jayme Campos), PVePP do Mato Grosso. Ele perdeu o apoio de partidos como o DEM, PV, PP, PDT e também do PSD do vice-governador Carlos Fávaro, que renunciou ao cargo no início do mês.

Na última semana, Taques foi alvo de um manifesto assinado por 31 ex-aliados que o apoiaram em 2014. Intitulado “porque não apoiamos a reeleição de Pedro Taques em 2018”, o documento cita diversas promessas não cumpridas e problemas na gestão financeira e na saúde do estado.

No Rio Grande do Sul e em Pernambuco, os governador­es enfrentam baixas e devem disputar a reeleição sustentado­s por coligações enxutas, com poucos partidos.

Eleito em 2014 numa megacoliga­ção de 21 partidos, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), foi perdendo parte de seus principais aliados durante o mandato.

As primeiras baixas acontecera­m em 2016, quando DEM e PSDB romperam com o governador. Desde então, deixaram o governo PV, PPS e Rede.

O principal baque, contudo, veio de dentro de seu próprio partido: o senador Fernando Bezerra Coelho deixou o PSB e uniu-se às oposições.

Aliados do governador minimizam as perdas. “Partidos como DEM e PSDB já eram tradiciona­lmente da oposição. Eles voltaram para o seu lugar de origem”, afirma o deputado federal Daniel Cabral (PSB).

Por outro lado, diz o deputado, Câmara reforçou laços com aliados como PDT e ensaia reaproxima­ção com o PT.

José Ivo Sartori (MDB), do Rio Grande do Sul, perdeu o apoio do PDT, PP e PSDB, que lançaram pré-candidatur­as.

Presidente do MDB gaúcho, o deputado federal Alceu Moreira diz considerá-las legítimas e que Sartori está motivado. “O governador foi corajoso, tomou medidas impopulare­s, mas necessária­s”, diz.

MDB decide lançar candidatur­a própria em Minas Gerais

belo horizonte O MDB de Minas Gerais decidiu em votação interna nesta terça-feira (1º) que lançará candidatur­a própria ao governo do estado. Perdeu apoio de PV, PPS, Rede, DEM (do ex-ministro Mendonça Filho), PSDB e parte do MDB (do senador Fernando Bezerra Coelho)

Não faz sentido um governador [Robinson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte] que perdeu o foco da gestão querer disputar a reeleição. Parece que ele perdeu a sensatez

Foram 353 votos a favor e 12 votos contra.

O presidente do partido em Minas, o vice-governador Antônio Andrade, colocou-se como pré-candidato ao governo estadual.

Rompido com o governador Fernando Pimentel (PT), ele afirmou que a aliança com o PT na última eleição foi um erro. “Se eu for candidato, eu não quero nem o apoio do PT”, afirmou.

Pimentel é alvo de um processo de impeachmen­t.

Andrade criticou a gestão do petista e sugeriu que emedebista­s deixem os cargos que ocupam na administra­ção estadual. “Acho que o MDB deve se afastar politicame­nte do governo”, disse.

Outros nomes, porém, não rejeitam ainda uma formação de chapa com os petistas. “Não descarto ninguém”, afirmou o deputado Saraiva Felipe (MDB-MG) sobre apoio à reeleição de Pimentel.

Para o deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), vai prevalecer a vontade da maioria pela candidatur­a própria, mas nada impede que o PT integre a chapa. “Todos os partidos são bem-vindos”, declarou Quintão.

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