Folha de S.Paulo

Na Argentina, celebração tem protesto contra alta de tarifas

- SC

buenos aires O Primeiro de Maio em Buenos Aires foi marcado por críticas ao novo pacote de aumentos das tarifas de gás, luz e transporte por parte do governo de Mauricio Macri, que já vêm retirando os subsídios que eram oferecidos para esses serviços durante os anos Kirchner (2003-2015).

Também houve protestos contra a reforma trabalhist­a que o governo quer implementa­r, mas foi levado a adiar e fatiar em várias leis devido a pressão de sindicatos.

Grupos feministas também comparecer­am aos atos de rua para pedir celeridade na discussão que vem ocorrendo no Congresso sobre a lei do aborto, que deve ser votada em semanas.

Os movimentos sociais, partidos e sindicatos se reuniram em diferentes partes da cidade. A principal aglomeraçã­o foi na Praça de Maio. O presidente Mauricio Macri não participou de nenhum ato —foi à sede dos bombeiros homenageá-los pelo trabalho com as inundações recentes na região.

A CGT (Confederaç­ão Geral do Trabalho, maior central do país) também atraiu muita gente em sua sede e, entre os convidados, a expresiden­te brasileira Dilma Rousseff (2011-16). A petista fez críticas ao que chama de golpe que, segundo ela, “começou com meu impeachmen­t e culmina agora com a prisão de Lula”.

Pouco antes, Dilma havia estado na Feira do Livro, também na capital argentina, e defendido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). “No Brasil usaram a lei para violar a lei. O golpe buscou enquadrar o Brasil no neoliberal­ismo, buscou acabar comigo e converter Lula em uma vítima da Justiça”, afirmou.

Acrescento­u, ainda, que “teme pela vida de Lula”, por causa da “comida e da água que toma e porque impedem que um médico o visite.”

O Brasil ainda esteve presente no Primeiro de Maio argentino por meio de um cartaz com o rosto da vereadora Marielle Franco, cujo assassinat­o no Rio em março continua sem solução.

Um cartaz com “Marielle Presente” foi colocado no edifício da primeira sede do governo argentino, também na Praça de Maio.

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