Folha de S.Paulo

Fonte é a segunda mais importante

-

A Medida Provisória 814 do setor elétrico foi modificada no Congresso para incluir um artigo que institui subsídio a três usinas termelétri­cas que deixaram de ser abastecida­s com gás natural mais barato pela Petrobras.

As usinas ficam em Pernambuco, Rio e Ceará e pertencem, respectiva­mente, a Enel, Neoenergia e EDF.

A Térmica Fortaleza não está em operação por ter tido o seu suprimento de gás suspenso pela Petrobras.

As usinas foram construída­s com incentivos de um programa do governo do ano de 2000, que garantia o abastecime­nto por vinte anos por um valor definido.

O artigo incluído na MP determina que o subsídio às térmicas virá da CDE (Conta de Desenvolvi­mento Energético).

Esse é um fundo setorial cobrado de todos os clientes de energia.

Como a CDE não tem recursos suficiente­s, caso a mudança se concretize, haverá aumento na tarifa do consumidor final.

Há cálculos de que esse impacto seria de 1,5% ao ano na tarifa nacional.

Com essas térmicas paradas, é preciso usar fontes mais custosas, disparar as térmicas a diesel, combustíve­l com preço superior ao do gás, afirma Claudio Sales, do Instituto Acende Brasil.

No fim, a conta ficará mais cara, conclui Sales, que, no entanto, se diz favorável aos termos da MP.

“Reconheço que é difícil entender um novo encargo.”

Para as usinas, se não houver subsídio, faz sentido paralisar o funcioname­nto e cobrar indenizaçã­o da União com a alegação de que há uma portaria que determina o fornecimen­to de gás, diz o diretor-executivo de uma empresa que controla uma delas.

“O custo de entregar energia envolve também a infraestru­tura, e para essas usinas, a logística já existe. Desativála­s do sistema seria muito ruim”, afirma Xisto Vieira Filho, presidente da Abraget (associação de térmicas).

A entidade enviou uma carta ao Ministério da Fazenda para dar apoio ao artigo da MP. Energia hídrica

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil