BC rebate crítica de que regra do cartão eleva endividamento
são paulo O Banco Central rebateu críticas de que as novas regras para o cartão de crédito podem elevar o endividamento do consumidor.
Sílvia Marques, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, diz que a equiparação do juro cobrado de quem paga o mínimo do cartão, mas acaba entrando no rotativo, e aqueles que não conseguem nem cumprir o limite mínimo é o ponto central da nova regra e vai ajudar a reduzir o endividamento.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou o fim da taxa mais cara para aqueles que não pagam o mínimo do cartão. Hoje, esses clientes entram em uma categoria não regular, com taxas de juros de 397,6% ao ano.
Já os que atingem o mínimo pagam juros um pouco menos elevados, de 243,5%. As taxas foram equiparadas.
Além disso, o BC flexibilizou o limite mínimo do cartão. Hoje, o cliente é obrigado a quitar 15% da fatura. A partir de 1º de junho, os bancos podem decidir o percentual segundo o consumidor.
É com isso que analistas se preocupam. O temor é que, com limites abaixo de 15%, até 100% da fatura poderia ser rolada a uma taxa de juro que ainda é alta—aumentando risco de descontrole.
Para Marques, ter limite mínimo é educativo, mas, se o cliente não pode pagar, é melhor que tenha taxa mais baixa. “No caso do cliente que não pode pagar [toda a fatura], o mais importante é o juro, é ele que pesa no endividamento.”