Folha de S.Paulo

BC rebate crítica de que regra do cartão eleva endividame­nto

- Flavia Lima

são paulo O Banco Central rebateu críticas de que as novas regras para o cartão de crédito podem elevar o endividame­nto do consumidor.

Sílvia Marques, chefe do Departamen­to de Regulação do Sistema Financeiro do BC, diz que a equiparaçã­o do juro cobrado de quem paga o mínimo do cartão, mas acaba entrando no rotativo, e aqueles que não conseguem nem cumprir o limite mínimo é o ponto central da nova regra e vai ajudar a reduzir o endividame­nto.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou o fim da taxa mais cara para aqueles que não pagam o mínimo do cartão. Hoje, esses clientes entram em uma categoria não regular, com taxas de juros de 397,6% ao ano.

Já os que atingem o mínimo pagam juros um pouco menos elevados, de 243,5%. As taxas foram equiparada­s.

Além disso, o BC flexibiliz­ou o limite mínimo do cartão. Hoje, o cliente é obrigado a quitar 15% da fatura. A partir de 1º de junho, os bancos podem decidir o percentual segundo o consumidor.

É com isso que analistas se preocupam. O temor é que, com limites abaixo de 15%, até 100% da fatura poderia ser rolada a uma taxa de juro que ainda é alta—aumentando risco de descontrol­e.

Para Marques, ter limite mínimo é educativo, mas, se o cliente não pode pagar, é melhor que tenha taxa mais baixa. “No caso do cliente que não pode pagar [toda a fatura], o mais importante é o juro, é ele que pesa no endividame­nto.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil