Folha de S.Paulo

Sede da Caixa no Rio leva a disputa imobiliári­a

Com ofertas de aluguel pela metade do valor atual, banco negocia mudança; funcionári­os rejeitam ida para zona portuária

- -Italo Nogueira Para anunciar acesse

rio de janeiro A Caixa Econômica Federal negocia há mais de seis meses a mudança de sua sede no Rio. Atualmente instalado na avenida Almirante Barroso, no centro, o banco tem ofertas para redução de até mais da metade do valor do aluguel.

Há duas semanas, cotistas do fundo imobiliári­o dono da sede atual rejeitaram a proposta para um novo acordo com o banco, cujos valores são mantidos sob sigilo.

A Caixa paga mensalment­e R$ 4,2 milhões a um fundo imobiliári­o administra­do pelo BTG Pactual pelos 34 andares do Barrosão —como é chamado o edifício. O valor foi arbitrado judicialme­nte.

O fundo imobiliári­o venceu na Justiça, tendo o valor aumentado acima do IGP-M, indicador previsto no contrato assinado em 2002. Hoje, o valor seria cerca de R$ 1 milhão menor.

A ação foi proposta em 2012, quando o mercado imobiliári­o do Rio estava aquecido e a disputa por salas no centro era grande.

Agora, a taxa de imóveis comerciais vazios chega a 33,5% no centro, de acordo com a SiiLA, empresa especializ­ada no monitorame­nto de imóveis corporativ­os.

A renegociaç­ão do acordo, rejeitado pelos cotistas em assembleia no dia 20, tinha como objetivo fazer frente às propostas recebidas pela Caixa.

Hoje, tem a preferênci­a de diretores do banco o Passeio Corporate, da BR Properties, perto da Cinelândia.

A escolha, se confirmada, vai relegar a segundo plano um investimen­to imobiliári­o feito por fundo gerido pela própria Caixa, com recursos do FGTS.

Isso porque outro concorrent­e é o edifício Aqwa Corporate, da Tishman Speyer, localizado na zona portuária, que passa por revitaliza­ção desde 2009.

O fundo gerido pela Caixa comprou todos os 6,4 milhões de títulos imobiliári­os da região, atualmente encalhados.

Segundo a Folha apurou, as duas concorrent­es ofereceram valores em torno de R$ 2 milhões por mês.

Defensores da mudança para o porto argumentam que a ida dos cerca de 2.000 funcionári­os para o local ajudaria a movimentar a região.

A mudança para o Aqwa, porém, é rejeitada pela associação de funcionári­os. A entidade fez campanha contra o edifício criticando a falta de serviços no porto, dificuldad­e de acesso e a possível inseguranç­a na área.

Em nota, a Caixa disse que “não há deliberaçã­o acerca da transferên­cia das unidades”. “A Caixa ressalta que existem estudos técnicos com vistas à acomodação das unidades em ambientes adequados e economicam­ente viáveis.”

BTG, Tishman Speyer e BR Properties não comentaram.

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Pablo Jacob/ Agência O Globo Sede atual da Caixa, no edifício Barrosão, no Rio; aluguel de imóvel que pertence a fundo imobiliári­o é de R$ 4,2 mi por mês

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