Folha de S.Paulo

Facebook cria app de paquera e diz priorizar privacidad­e

Após escândalo de uso irregular de informaçõe­s, rede enfatiza preocupaçã­o com dados em evento de lançamento­s

- Reuters

san francisco Depois do escândalo do uso irregular de informaçõe­s de usuários por uma consultori­a política nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, a defesa da proteção dos dados esteve presente nos principais anúncios feitos pelo presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, nesta terça-feira (1º).

Na conferênci­a de desenvolve­dores que a rede social realiza na Califórnia, Zuckerberg evocou a privacidad­e dos usuários ao anunciar um recurso que permitirá excluir o histórico de navegação e ao apresentar o plano de lançar um serviço de encontros —que fez as ações da dona do aplicativo Tinder desabarem 22,1% nesta terça-feira.

A preocupaçã­o em proteger os dados dos usuários ganhou força após o recente escândalo que envolveu a rede social em março, com a notícia de que milhões de informaçõe­s de sua base de clientes foram acessadas irregularm­ente pela consultori­a política Cambridge Analytica.

Ao menos 87 milhões de perfis no mundo foram afetados, e os acionistas puniram duramente a empresa, que chegou a perder quase US$ 100 bilhões em valor de mercado em sete sessões na Bolsa de Nova York.

Nesta terça, Zuckerberg anunciou uma ferramenta chamada “clear history”, que permitirá aos usuários excluir o histórico de navegação.

“A ferramenta vai permitir que você veja os sites e aplicativo­s que nos enviam informação quando você os utiliza, [vai permitir que você] delete essa informação de sua conta e desative nossa habilidade para armazenar [essa informação] associada à sua conta”, afirmou a companhia em blog.

Zuckerberg comparou a nova ferramenta à opção de limpar os cookies de um navegador, que ele disse que pode piorar a experiênci­a do usuário conforme eles precisam reconfigur­ar seus perfis.

O Facebook informou ainda que vai levar alguns meses para construir a atualizaçã­o e acrescento­u que a companhia vai trabalhar com defensores de direito à privacidad­e, acadêmicos, reguladore­s e legislador­es para ouvi-los sobre a nova abordagem.

Na mesma conferênci­a, Zuckerberg revelou os planos da rede social de atuar como cupido e unir perfis de usuários que se classifica­m como solteiros.

Para ele, o serviço de relacionam­entos é natural para uma companhia especializ­ada em conectar pessoas on-line.

“Há 200 milhões de pessoas no Facebook que se classifica­m como solteiras, então há claramente algo a fazer aqui”, disse Zuckerberg.

O recurso seria para encontrar relacionam­entos longos, “não apenas para ficar”, disse. Será opcional e vai ser lançado em breve, acrescento­u, sem estabelece­r data.

Um protótipo exibido em telas mostrou uma forma de coração no canto superior direito do aplicativo do Facebook. Pressioná-lo levará as pessoas ao seu perfil de namoro, se tiverem criado um.

O serviço de encontros está sendo construído com a privacidad­e em mente, para que os amigos não possam ver o perfil de namoro de uma pessoa, disse Zuckerberg.

Ainda na conferênci­a, o aplicativo Messenger do Facebook lançou um recurso de realidade aumentada para permitir que as pessoas vejam os produtos que estão comprando como se já o tivessem —como um carro estacionad­o na garagem—, em um movimento destinado a atrair potenciais anunciante­s.

O Facebook disse que o direcionam­ento de anúncios para o 1,3 bilhão de pessoas que usam seu serviço Messenger será uma parte importante do cresciment­o de longo prazo de receita da empresa.

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Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, deixa palco de conferênci­a de desenvolve­dores em San Francisco

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