Abuso era tratada como boato, diz técnico da seleção de ginástica
são paulo Marcos Goto, principal técnico da seleção brasileira de ginástica, disse que as acusações de abuso sexual em São Bernardo do Campo (SP), denunciadas no domingo (29) em reportagem da TV Globo, eram tratadas como boatos entre atletas e treinadores.
As vítimas, ouvidas pela reportagem do Fantástico, acusaram Goto de saber que o técnico Fernando Carvalho Lopes assediava atletas e fazer graça sobre o assunto.
“Os fatos narrados na matéria, que ocorreram há mais ou menos 12 anos, eram tratados como boatos e podem ter gerado alguns tipos de gracejo na época por muitos envolvidos na ginástica”, disse ele, lendo uma nota em reportagem desta terça-feira (1º) da TV Globo.
“Tanto parecia boataria que alguns atletas, inclusive os ouvidos na matéria, retornaram a treinar em São Bernardo com o mesmo treinador aqui dito [Fernando Carvalho].”, afirmou.
Marcos Goto é funcionário contratado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Ele é o treinador do campeão olímpico nas argolas em Londres-12 e medalha de prata na Rio-16, Arthur Zanetti.
Goto afirmou que nunca soube de nenhum denúncia de assédio no período em que trabalhou com os atletas. “Em nenhum momento os fatos foram trazidos até mim. E nunca houve um pedido de ajuda por parte dos atletas”, disse ele.
O treinador ocupa o cargo de coordenador técnico das seleções brasileiras masculina e feminina de ginástica nos momentos em que as equipes estão reunidas para competições.