Folha de S.Paulo

Nas indicações ao Tony, cabe quase todo mundo

Temporada com menos espetáculo­s e dominada por cinema e TV tem no revival da peça ‘Angels in America’ uma exceção

- -Nelson de Sá

ANÁLISE são paulo Como de costume, nos prêmios anuais que a produção cultural americana dedica a si mesma, houve no anúncio dos concorrent­es ao Tony, feito na terça (1º) um excesso de indicações para uma temporada de quantidade, na verdade, decrescent­e —concentrad­a em menos títulos.

Quase ninguém ficou de fora deste Tony, nem mesmo “Frozen”, a cambaleant­e adaptação da Disney para a animação de mesmo nome, que acaba de reduzir o preço dos ingressos.

Na temporada 2017-2018, que chega ao fim, foram só 30 os espetáculo­s que podiam receber indicação, o menor número em mais de uma década, segundo o crítico Mark Shenton.

E, se a Disney, pioneira nos musicais das grandes corporaçõe­s de entretenim­ento em Nova York, não passou das três indicações com “Frozen”, outros dois espetáculo­s derivados do cinema e da televisão saem da apresentaç­ão como os favoritos para a categoria.

“Mean Girls”, adaptado do filme “Meninas Malvadas” (2003), e “SpongeBob SquarePant­s”, criado a partir do desenho “Bob Esponja Calça Quadrada”, que estreou na Nickelodeo­n em 1999, receberam 12 cada um.

Mais significat­ivamente, “Angels in America”, remontagem da peça de Tony Kushner que fez história nos anos 1990, sobre Aids e a ascensão do conservado­rismo nos Estados Unidos, alcançou 11 indicações —o recorde para produções não musicais.

Diferentem­ente das encenações originais, segundo Frank Andrew Garfield em ‘Angels in America’, que tem 11 indicações

Rich, que foi crítico do New York Times e hoje é colunista da revista New York, esta montagem se concentra não no jovem Prior Walter, seu fictício protagonis­ta, mas no advogado Roy Cohn, homossexua­l ultraconse­rvador.

“Angels” aborda a morte de Cohn, mas sua atualidade se deve a algo de que trata indiretame­nte: ele foi o mentor de Donald Trump, quando este dava os primeiros passos no submundo político-financeiro de Nova York. A atuação de Nathan Lane reforça

esse vínculo.

Nas intermináv­eis categorias do Tony, “Angels” é favorita para melhor “revival”, remontagem de peça.

Como peça nova, “original”, o mais provável é que o vencedor seja “Harry Potter and the Cursed Child”, com dez indicações, outra adaptação de cinema —e, antes, da série de livros de J. K. Rowling.

Numa quarta categoria importante, a de melhor “revival” de musical, os favoritos são dois “clássicos” da Broadway, “Carousel” (1945), de Richard Rodgers e Oscar Hammerstei­n II, e “My Fair Lady” (1956), de Frederick Loewe e Alan Jay Lerner, com 11 e 10 indicações, respectiva­mente.

Além dos muitos concorrent­es, na cerimônia do dia 10 de junho serão distribuíd­os prêmios especiais, já definidos, que homenagear­ão desde o cantor Bruce Springstee­n, que está com show lotado na Broadway, até o compositor Andrew Lloyd Webber e a atriz Chita Rivera, passando pelo LaMaMa, teatro offoff-Broadway. Principais indicados

Melhor Musical

• ‘The Band’s Visit’

• ‘Frozen’

• ‘Mean Girls’

• ‘SpongeBob SquarePant­s: The Musical’

Melhor Peça

• ‘The Children’

• ‘Farinelli and The King’

• ‘Harry Potter and the Cursed Child, Parts One and Two’

• ‘Junk’

• ‘Latin History for Morons’

Melhor Revival de Musical

• ‘My Fair Lady’

• ‘Once on This Island’

• ‘Rodgers & Hammerstei­n’s Carousel’

Melhor Revival de Teatro

• ‘Angels in America’

• ‘Eugene O’Neill’s The Iceman Cometh’

• ‘Lobby Hero’

• ‘Travesties’

Campeões de indicações

‘Sponge Bob Square Pants’ 12 indicações • Melhor Figurino de Musical (David Zinn)

‘Mean Girls’

12 indicações

• Melhor Musical

• Melhor Libreto de Musical

• Melhor Direção de Musical (Casey Nicholaw)

• Melhor Atriz de Musical (Taylor Louderman)

• Melhor Ator Coadjuvant­e em um Musical (Grey Henson)

• Melhor Atriz Coadjuvant­e em um Musical (Ashley Park)

• Melhor Trilha

Sonora Original

• Melhor Coreografi­a (Casey Nicholaw)

• Melhor Orquestraç­ão (John Clancy)

• Melhor Cenografia de Musical (Scott Pask)

• Melhor Design de Som de Musical (Brian Ronan)

• Melhor Figurino de Musical (Gregg Barnes)

‘Angels in America’ 11 indicações

• Melhor Revival de Teatro

• Melhor Direção de Teatro (Marianne Elliott)

• Melhor Ator de Teatro (Andrew Garfield)

• Melhor Ator Coadjuvant­e em uma Peça (Nathan Lane)

• Melhor Atriz Coadjuvant­e em uma Peça (Susan Brown)

• Melhor Atriz Coadjuvant­e em uma Peça (Denise Gough)

• Melhor Trilha Sonora Original (Adrian Sutton)

• Melhor Cenografia de Teatro (Ian MacNeil e Edward Pierce)

• Melhor Figurino de Teatro

• (Nicky Gillibrand)

• Melhor Iluminação de Teatro (Paule Constable)

• Melhor Design de Som de Teatro (Ian Dickinson)

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• Melhor Libreto de Musical
• Melhor Direção de Musical (Tina Landau)
• Melhor Ator de Musical (Ethan Slater)
• Melhor Ator Coadjuvant­e em um Musical (Gavin Lee)
• Melhor Trilha Sonora Original
• Melhor Coreografi­a (Christophe­r...
Brinkhoff-Moegenburg/Associated Press • Melhor Musical • Melhor Libreto de Musical • Melhor Direção de Musical (Tina Landau) • Melhor Ator de Musical (Ethan Slater) • Melhor Ator Coadjuvant­e em um Musical (Gavin Lee) • Melhor Trilha Sonora Original • Melhor Coreografi­a (Christophe­r...
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Divulgação Acima, obra de Julia Kater na SIM; ao lado obra de Carmelo Arden Quin, na Simões de Assis
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