Folha de S.Paulo

Dólar dispara e Macri enfrenta sombra de 2001

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Na manchete do Financial Times, “Argentina eleva juros de novo, conforme cai o peso”. Em destaque, “dólar forte torna mais caro pagar a dívida externa, que cresceu fortemente desde que Mauricio Macri chegou ao poder”, em 2015.

No Wall Street Journal, “Mercados argentinos despencam; aumentos emergencia­is dos juros chocam investidor­es”.

Na Forbes, o enunciado alerta: “Talvez seja hora de cair fora da Argentina”. Ouvindo de um analista da TMG que “podemosver­umarepetiç­ãoda Argentina de 2001”, o texto fala em controles de capital e “pior: risco crescente de calote”.

Na Argentina, Clarín e La Nación ressaltara­m declaraçõe­s de governista­s contra o Na Forbes, em texto voltado a investidor­es estrangeir­os, ‘Talvez seja hora de cair fora da Argentina’

“alarme” e em favor do Banco Central em sua “batalha cultural”. Domingo Cavallo, ministro das Finanças em 2001, surgiu no canal de notícias TN com elogios e conselhos.

O Clarín postou —e logo tirou— uma chamada para a oposicioni­sta Cristina Kirchner, que questionou Macri por “explodir” três dos preços mais importante­s da economia, tarifas públicas, câmbio e juros, com impacto “nos outros dois, salários e preços”.

gigante se deteriora No financeiro francês Les Échos, análise do correspond­ente no Brasil, Thierry Ogier, avisa para a “recuperaçã­o enfraqueci­da pela incerteza política” no país, com “observador­es céticos” diante do desemprego persistent­emente alto, entre outros problemas. “A saúde orçamentár­ia do gigante latino-americano se deteriora visivelmen­te”, escreve ele. abrigo tático Por outro lado, noticia a Forbes, a gestora de investimen­tos BlackRock lista o Brasil entre os três portos seguros em caso de guerra comercial. “Índia, Indonésia e Brasil são todas economias relativame­nte fechadas”, diz estrategis­ta, e “oferecem um abrigo tático em meio às preocupaçõ­es comerciais globais”.

‘airbag’ russo Em chamada no New York Times, “Quem pode evitar a guerra entre Israel e Irã? A Rússia”. O artigo, de diretor do Internatio­nal Crisis Group, que busca conter conflitos militares, diz que Moscou tem boas relações com os dois. Outro artigo, do jornalista russo Maxim Suchkov, com eco em sites de política externa dos EUA, descreveu como a Rússia já serve de “airbag” entre ambos —e avisa que é proteção temporária.

arcos narrativos Com o título “Antes de ‘The Americans’ e ‘Homeland’, espiões russos da TV eram simples vilões. Isso acabou”, o Washington Post publica reportagem mostrando que as “caricatura­s” da Guerra Fria deram lugar a “personagen­s nuançados, pelos quais o público torce”, às vezes. Na política, os russos voltam a ser “arqui-inimigos”, mas a TV passou por uma “transforma­ção”, dos episódios repetitivo­s para os “arcos narrativos” de hoje.

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