Folha de S.Paulo

Jovens empresas de tecnologia ganham espaço na Agrishow

Entre as soluções estão inovações para reduzir o uso de agrotóxico­s e técnicas para cultivar plantas fora do solo

- -Marcelo Toledo

ribeirão preto Equipament­os que medem a precipitaç­ão pluviométr­ica numa fazenda sem sair do escritório, permitem produzir plantas aromáticas em casa, sem uso de terra, e pretendem reduzir a quantidade de produtos químicos usados na lavoura.

Essas propostas foram apresentad­as ao longo desta semana na Agrishow (Feira Internacio­nal de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto, pelas chamadas startups —jovens empresas de tecnologia—, que já apostam em inovações no campo. O evento, iniciado na segunda (30), termina nesta sexta-feira (4).

A Agrosmart, de agricultur­a digital, por exemplo, lançou um serviço de monitorame­nto automático de chuva.

Filha de produtor rural, a presidente da empresa, Mariana Vasconcelo­s, disse que o sistema de pluviômetr­os permite que o produtor saiba em tempo real o volume de chuva, sem necessidad­e deslocamen­to no campo.

A proposta é registrar 17 mil vezes num ano a precipitaç­ão pluviométr­ica em cada local da propriedad­e, média de 46,5 medições diárias.

“A vantagem é não precisar se deslocar na propriedad­e. A chuva gera pulsos no equipament­o, que mede os milímetros de água. Com um só ponto de internet é possível cobrir a fazenda inteira.”

A empresa, que surgiu em 2014 em Itajubá (MG), hoje tem sede em Campinas e abriu uma subsidiári­a nos EUA. Já opera em nove países.

Já a Aeropônica, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas e a Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegóci­os), apresentou um protótipo de equipament­o portátil que permite produzir em casa plantas aromáticas e medicinais sem o uso de solo.

O princípio é o uso de téc- nica chamada aeroponia, em que as raízes da planta ficam suspensas e são alimentada­s por nebulizaçã­o de gotas de água repleta de nutrientes.

Gigante do agronegóci­o, a John Deere levará para a feira 20 startups em seu estande, que se revezaram durante os cinco dias do evento para apresentar suas soluções e propostas para o campo.

“O Brasil está fervendo de empreended­orismo com startups, e o agronegóci­o pode ser uma grande oportunida­de de desenvolvi­mento e formação de valores”, disse o chileno Alex Foessel, diretor de inovação da John Deere.

Entre elas, há empresas oferecendo soluções para reduzir a quantidade de químicos utilizados na soja, por exemplo —até 70% dos custos operaciona­is são com sementes, químicos e fertilizan­tes.

A Agrishow deverá receber 150 mil visitantes e gerar R$ 2,3 bilhões em negócios, segundo a organizaçã­o.

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