Hawking deixou um último estudo sobre o ‘multiverso’
A última pesquisa do físico Stephen Hawking aponta que nosso universo pode ser apenas um de muitos outros parecidos com ele.
A teoria seria uma solução de paradoxo cósmico criado pelo próprio trabalho do cientista, e também indica um caminho para astrônomos em busca de universos paralelos.
O estudo foi enviado para publicação no periódico Journal of High-Energy Physics em 4 de março deste ano, dez dias antes de o físico morrer.
Nos anos 1980, o cientista, junto com o físico americano James Hartle, elaborou uma nova ideia sobre o início do Universo. A proposta usava a mecânica quântica para explicar como o Universo teria iniciado a partir do nada.
Ao mesmo tempo em que amarrou uma ponta solta sobre a concepção do Universo, deixou outra pendente —um número infinito delas. Os cientistas chegaram à hipótese de que o Big Bang não teria criado apenas um universo, mas incontáveis.
Alguns deles seriam bem parecidos com o nosso —talvez com planetas semelhantes à Terra e sociedades e indivíduos como os daqui.
Os outros universos teriam diferenças pontuais —uma Terra em que os dinossauros não foram extintos, por exemplo, ou seriam totalmente distintos, sem uma Terra ou com leis da física diferentes.
Uma questão crítica surge a partir disso: se há infinitos universos com infinitas variações em suas leis da física, então, em que tipo de universo nos encontramos?
O trabalho, fruto de 20 anos de pesquisas, aponta que só podem haver universos com as mesmas leis da física que as nossas. Isso significa que vivemos em um universo típico e que as observações feitas aqui serão úteis no desenvolvimento de conceitos sobre o surgimento de outros universos.