Folha de S.Paulo

Água mole em pedra dura

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Com a prisão dos maiores doleiros do país, a força-tarefa da Lava Jato no Rio, responsáve­l pela operação Câmbio, Desligo, vê possibilid­ade de retomar investigaç­ões que foram anuladas pela Justiça, como a Satiagraha e a Castelo de Areia. Operadores citados nesses casos estão entre os 33 presos da mais recente ofensiva do MPF fluminense. Para os procurador­es, se novas provas sobre apurações já encerradas surgirem em eventuais delações, está aberto o caminho para revisitar antigas suspeitas.

segunda chamada Tanto a Satiagraha como a Castelo de Areia foram anuladas porque a Justiça entendeu que houve irregulari­dade na coleta de provas ou falhas formais nos processos. Para a Lava Jato fluminense, não haveria impediment­o para reanalisar fatos a partir de fontes novas.

linha de corte Por essa tese, apenas acusações que estejam prescritas ficariam fora do alcance dos procurador­es.

eu? jamais... Um dos alvos da Câmbio, Desligo é o doleiro Marco Antônio Cursini, responsáve­l pela delação que originou a Castelo de Areia. A defesa dele tem dito descartar nova colaboraçã­o.

lembro bem Autoridade­s que atuaram nas operações que foram anuladas especulam que, além de empreiteir­as e de políticos, possíveis novas delações de doleiros implicaria­m também bancas de advocacia.

soma dos fatores O potencial de uma eventual candidatur­a de Joaquim Barbosa à Presidênci­a entrou no radar de integrante­s do PSB que antes resistiam à ideia de tê-lo como representa­nte e também nos cálculos de siglas que têm o partido do ex-presidente do STF como possível aliado nas disputas estaduais.

a peso de ouro O DEM, por exemplo, cortejado pelos tucanos e pelos pessebista­s em SP, começou a ponderar que Barbosa poderia catapultar o palanque de Márcio França (PSB) na corrida pelo governo do estado.

preencha as lacunas Diante da indefiniçã­o sobre o nome que emergirá no PT, partidos começaram a fazer pesquisas internas enumerando “o candidato de Lula” entre as opções apresentad­as ao eleitor nordestino. Tudo para tentar mensurar o potencial de transferên­cia de votos do petista.

fins e meios Líderes do Congresso pregam que a Câmara aprove no prazo mais curto possível o projeto que acaba com o foro especial para todas as autoridade­s acusadas de crimes comuns. A comissão que analisa a proposta precisa atuar por, no mínimo, 11 sessões.

fins e meios 2 Depois disso, a ideia é pressionar Michel Temer a suspender por no máximo uma semana a intervençã­o no Rio e aprovar a medida no plenário nesse intervalo.

aqui não Antes de o presidente participar de evento na ESPM, em SP, nesta sexta (4), dirigentes da faculdade chamaram reunião com estudantes e pediram que não houvesse protesto contra o emedebista dentro da instituiçã­o.

aqui não 2 “A rua é pública. O movimento é lá fora. Ele não pode ser feito como sendo da ESPM, de alunos da ESPM”, disse o diretor acadêmico Ismael Rocha. A fala foi gravada.

bola da vez A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) entregará a presidenci­áveis na terça (8) uma carta em que pede que o governo federal assuma a coordenaçã­o de um Sistema Integrado de Segurança Pública pactuado com estados e municípios.

bola da vez 2 Os prefeitos demandam ajuda no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas e dizem que a sensação de violência está associada à disseminaç­ão do crack. Pedem ainda a criação de um fundo nacional de segurança.

a quem de direito O documento será entregue aos 11 pré-candidatos que confirmara­m presença em evento da FNP, entre eles Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Maia (DEM), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB).

TIROTEIO

É papel do Congresso, não para retaliar, mas para construir a democracia, debater a ampliação da restrição do foro De Jayme Oliveira, presidente da Associação dos Magistrado­s Brasileiro­s, sobre o STF ter restringid­o o foro só para parlamenta­res com Julia Chaib e José Marques

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