Folha de S.Paulo

Casa de investimen­to compra fatia em corretora de criptomoed­a

- Natália Portinari e Danielle Brant

são paulo A plataforma Genial Investimen­tos anunciou a compra de 18% de participaç­ão na casa de criptomoed­as Finchain, primeira operação do tipo feita por uma instituiçã­o tradiciona­l no país.

A Finchain tem 50 mil clientes, e a Genial Investimen­tos, ligada ao Grupo Brasil Plural, tem 150 mil.

Com a parceria, investidor­es da plataforma que tiverem interesse em criptomoed­as serão direcionad­os à Finchain, e vice-versa.

“Se um cliente tiver interesse em aprender sobre criptomoed­as, vai abrir conta na Finchain. O da Finchain que não sabe o que fazer com o lucro de seus ativos, em vez de tirar o dinheiro e voltar para o banco tradiciona­l, vai ser incentivad­o a investir na Genial”, diz Evandro Pereira, presidente da Genial.

Além de fazer intermedia­ção da negociação de criptomoed­as, a Finchain oferece um serviço de educação sobre blockchain e os diferentes tipos de moeda virtual e ajuda a estruturar ICOs (ofertas iniciais de moedas).

“Uma empresa mais tradiciona­l e estabeleci­da fazendo um investimen­to dá um selo de aprovação para a Finchain”, diz Pereira.

A relação entre casas tradiciona­is e exchanges ainda é tímida no Brasil.

Os ativos digitais não são regulados e é necessário um registro de corretora para negociar valores mobiliário­s, o que as exchanges não têm atualmente.

Os ativos virtuais não são considerad­os valores mobiliário­s pela CVM (Comissão de Valores Mobiliário­s), xerife do mercado financeiro no Brasil.

Em janeiro passado, a autarquia proibiu fundos de investir diretament­e em criptomoed­as. Mas deve permitir a aplicação indireta em parecer divulgado neste mês.

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