Folha de S.Paulo

Aos 19 anos, revelações do basquete brasileiro já miram vaga na NBA

Yago, do Paulistano, e Gabriel Jaú, do Bauru, se enfrentam neste sábado pelas semifinais da liga nacional de basquete

- -Daniel E. de Castro

PAULISTANO BAURU

14h, em São Paulo Na TV: Band e SporTV 2

são paulo Adversário­s nas semifinais do NBB, Gabriel Jaú e Yago Mateus estão entre os principais talentos da nova geração do basquete brasileiro. Aos 19 anos, eles devem ter o mesmo objetivo quando a temporada da liga nacional chegar ao fim: entrar na NBA.

O ala Jaú e o armador Yago se candidatar­am para o draft (processo seletivo) da liga americana, que será realizado em 21 de junho.

Eles ainda podem desistir de participar do recrutamen­to neste ano, mas a meta de pertencer à elite do basquete num futuro próximo é realidade para ambos.

Os dois atletas, que passaram pelas categorias de base do Palmeiras e são amigos, possuem estilos de jogo bem diferentes. Com 1,76 m de altura, Yago é considerad­o baixo mesmo para um armador. Isso não o impediu de despertar interesse internacio­nal.

Em abril, o jogador participou de um evento nos EUA com outras revelações de diferentes países. Ele vem sendo convocado desde o fim de 2017 pelo sérvio Aleksandar Petrovic para a seleção brasileira na disputa das eliminatór­ias para o Mundial de 2019.

O armador do Paulistano está na sua segunda temporada pela equipe e evoluiu em todos os fundamento­s em relação ao ano de estreia. No mês de março, ele foi eleito pelo público para participar do Jogo das Estrelas da liga.

Segundo Gustavo de Conti, treinador do time, Yago ganhou massa muscular e melhorou sua visão de jogo nesta edição do torneio. São atributos fundamenta­is para compensar a baixa estatura.

“Mais forte, ele tem a capacidade de defender jogadores mais altos e aguentar o nível internacio­nal. Ele comprou bem essa ideia. Conseguin- do equacionar isso, [a altura] não fará tanta diferença na vida profission­al”, diz o técnico.

Na NBA, Yago tem como inspiração os armadores Isaiah Thomas (1,75 m de altura), Stephen Curry (1,90 m) e John Wall (1,93 m). “Jogadores não tão altos, não tão fortes, mas que compensam com inteligênc­ia e a maneira como controlam o jogo”, afirma o atleta.

Nesta temporada, De Conti mudou radicalmen­te o estilo de jogo do Paulistano. O time passou a correr mais e arremessar mesmo com pouco espaço. A tática se assemelha à adotada por Houston Rockets e Golden State Warriors, os dois melhores times da conferênci­a oeste da NBA.

O treinador afirma que a mudança de um ano para o outro foi arriscada, mas favoreceu Yago e outros atletas com caracterís­ticas ofensivas.

“Minhas equipes nunca jogaram desse jeito, mas vejo muito basquete internacio­nal e as equipes de sucesso estão jogando assim. Todos gostam muito mais de atacar do que de defender. Esse estilo de jogo passa confiança para os jogadores”, diz De Conti.

Altura não é um problema para Gabriel Jaú, de 2,02 m. Bem avaliado por olheiros internacio­nais e com experiênci­a no basquete espanhol, o ala/pivô do Bauru decidiu se arriscar no processo de recrutamen­to da NBA.

“Eu me inscrevi pra receber feedback de como o pessoal vê o meu jogo e, a partir do que falarem, melhorar. Meu objetivo é tentar entrar [na liga], mas se não der, os feedbacks serão bem-vindos”, afirma.

Esse não seria o primeiro ato precoce na carreira do atleta, que apesar de almejar o basquete profission­al desde os 14 anos, não esperava ter chegado tão novo a esse nível. Sua estreia no NBB foi há duas temporadas.

Jaú tem como referência o ala Draymond Green, do Golden State Warriors, por sua versatilid­ade, arremessos de três pontos e raça na defesa.

Demétrius Ferracciú, técnico do time, afirma que o ala tem caracterís­ticas que combinam com o basquete europeu, destino que o jogador não descarta para o futuro.

Yago e Jaú são as apostas para liderar a renovação do basquete brasileiro nos próximos anos, em substituiç­ão à geração de Anderson Varejão, Leandrinho, ambos de 35 anos, e Alex, 38. O trio de veteranos chegou à NBA.

Para Demétrius, o investimen­to feito nas categorias de base é precário, o que dificulta o surgimento de talentos no país. “Temos um buraco de uma geração para outra, estamos muito atrasados. Saem alguns diamantes para serem lapidados, mas a quantidade ainda é pequena”, diz.

 ?? Denise Guimarães - 30.abr.18/Folhapress ?? Yago no primeiro jogo da série contra o Bauru Yago O armador Yago Mateus dos Santos, de 1,76 m, está em sua segunda temporada do NBB pela equipe do Paulistano e já possui convocaçõe­s para a seleção; nesta edição, em que participou do Jogo das Estrelas,...
Denise Guimarães - 30.abr.18/Folhapress Yago no primeiro jogo da série contra o Bauru Yago O armador Yago Mateus dos Santos, de 1,76 m, está em sua segunda temporada do NBB pela equipe do Paulistano e já possui convocaçõe­s para a seleção; nesta edição, em que participou do Jogo das Estrelas,...
 ?? Denise Guimarães - 30.abr.18/Folhapress ?? Jaú no ginásio do Bauru, o Panela de Pressão Apelidado com o nome da cidade do interior paulista onde nasceu, o ala/pivô Gabriel Galvanini, de 2,02 m, está em sua terceira temporada do NBB pela equipe do Bauru; ele tem média de 7,5 pontos, 4,6 rebotes...
Denise Guimarães - 30.abr.18/Folhapress Jaú no ginásio do Bauru, o Panela de Pressão Apelidado com o nome da cidade do interior paulista onde nasceu, o ala/pivô Gabriel Galvanini, de 2,02 m, está em sua terceira temporada do NBB pela equipe do Bauru; ele tem média de 7,5 pontos, 4,6 rebotes...

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