Folha de S.Paulo

Correios dizem estudar fechamento de agências

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de brasília Os Correios confirmara­m, em nota divulgada nesta segunda-feira (7), que estão realizando estudos para reduzir o número de agências da estatal em todo o país. A empresa afirmou ainda que a restrutura­ção da sua rede de atendiment­o atingirá também outras formas de serviços prestados ao consumidor, como os canais digitais.

“O projeto prevê inicialmen­te o encerramen­to de agências próprias muito próximas a outras agências também próprias”, disse a empresa.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada no sábado (5) afirma que a estatal decidiu pelo fechamento de 513 agências, o que resultaria na demissão de 5.300 dos 106 mil funcionári­os.

A empresa afirmou que o número de agências que serão fechadas ainda está em estudo. “Especular prematuram­ente a respeito de números sem conhecer o projeto de remodelage­m da rede de atendiment­o não é apenas irresponsá­vel e leviano: é uma prestação, antes de mais nada, de um desserviço ao cidadão”, disse a estatal.

Em 2016, os Correios tiveram prejuízo de R$ 1,5 bilhão, provocado principalm­ente pelas perdas do seu plano de saúde, o Postal Saúde, que teve perdas de R$ 1,8 bilhão.

De acordo com os Correios, o objetivo da readequaçã­o é tornar a empresa mais ágil e competitiv­a. “É o mínimo que se espera de qualquer empresa que se proponha a prestar serviços de qualidade.”

Para o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhado­res em Empresas de Correios), José Rivaldo da Silva, a movimentaç­ão faz parte de uma estratégia da atual administra­ção de precarizaç­ão da empresa para posterior privatizaç­ão.

“Estamos solicitand­o uma reunião com o presidente da empresa e vamos conversar com sindicatos do Brasil inteiro para ver se tomamos uma medida mais enérgica.”

Silva lembrou que, no ano passado, um estudo da estatal mostrava necessidad­e de fechar 2.500 agências, ou seja, um número ainda maior.

“Estamos discutindo para ver se chamaremos ou não uma greve. Estamos vendo o reflexo disso para a sociedade. O fato é que uma demissão de outros 5.000 funcionári­os irá precarizar ainda mais o atendiment­o”, afirmou.

Reportagem publicada pela Folha em dezembro mostrou que as despesas com plano de saúde dos Correios correspond­em ao triplo do despendido no setor privado.

A assistênci­a bancada pela empresa por funcionári­o supera os R$ 12.000 por ano. O benefício é estendido não somente aos dependente­s mas também aos pais e às mães dos empregados.

Os Correios têm 108 mil funcionári­os na ativa e 32 mil aposentado­s, mas paga as despesas de saúde de 400 mil.

Em março, no entanto, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os funcionári­os terão de começar a pagar parte da mensalidad­e do plano de saúde, assim com filhos e cônjuges. A corte também decidiu que pais e mães poderão continuar no plano até julho de 2019.

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