Escombros de 8 a 10 andares de edifício estão prensados onde ficava o subsolo
são paulo Ao desabar na madrugada da última terça-feira (1º), o edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, transformou-se em uma pilha de cerca de 2.200 toneladas, que tem sido desmontada diariamente por máquinas especializadas, retroescavadeiras, tratores e dezenas de bombeiros.
Após uma semana de trabalhos ininterruptos, os bombeiros avaliam que precisarão de mais quatro dias para limpar a área —dois terços do serviço já foram concluídos. A princípio, portanto, as atividades devem acabar na sexta-feira (11).
Com cerca de 20 a 25 viagens de caminhão por dia para dois aterros, a depender das condições de trânsito, cerca de 250 toneladas de escombros são retiradas por dia do local.
A terra é levada para um aterro municipal localizado no Jaguaré, zona oeste da cidade. Já as montanhas de vigas de ferro são encaminhadas para um aterro particular no Jaraguá, na zona norte, onde poderão ser recicladas.
“A retirada das vigas de ferro é fundamental, porque elas dificultam a passagem, machucam os bombeiros e os cães farejadores”, diz o capitão Marcos Palumbo, portavoz do Corpo de Bombeiros.
Sobre a superfície, são visíveis montes de escombros de três metros de altura. Abaixo, no espaço em que ficava o subsolo, há seis metros de restos do edifício. “Temos de oito a dez andares de prédio abaixo da superfície. Há, então, cerca de nove metros de escombros a serem retirados, e ali pode haver espaços e, quem sabe, gente viva”, afirma Palumbo.
Esses espaços são chamados de “células de sobrevivência” pelas equipes. São vãos que se formaram entre os materiais do desabamento e que possuem condição de abrigar sobreviventes, com oxigênio, espaço e condições adequadas de temperatura.
Palumbo diz que foram encontradas dezenas de células, sem pessoas abrigadas.
Os bombeiros trabalham com cautela para evitar ferir algum possível sobrevivente. Ao atingirem espaços com indícios de atividade humana, com objetos como roupas, armários, utensílios domésticos, eles param as máquinas e passam a retirar manualmente os escombros.
Antes que possam fazê-lo, jogam água para resfriar áreas ainda aquecidas ou com fogo.
Cinco máquinas se revezam no trabalho mais pesado. Uma cortadora rompe, prensa e coloca nos caminhões os pedaços de ferro. Uma outra retroescavadeira tira a terra com uma pá, mas sem adentrar totalmente o solo. Dois tratores retiram escombros. E ainda tem o rompedor, retroescavadeira que encosta em alguma estrutura maior, como uma viga, e consegue quebrála para retirar os detritos.