Filme de Edir Macedo é maior bilheteria do cinema nacional
Ao vender 11.285.248 ingressos, ‘Nada a Perder’ supera ‘Os Dez Mandamentos’
são paulo Edir Macedo conseguiu milagre maior e desbancou o próprio Moisés na disputa para se tornar recordista do cinema nacional.
Cinebiografia do bispo fundador da igreja Universal, “Nada a Perder” é, desde sexta-feira (4), o filme de maior bilheteria nacional de todos os tempos, com 11.285.248 ingressos vendidos, segundo a ComScore, empresa que monitora as bilheterias.
Assim, o braço cinematográfico da Record —e consequentemente da igreja— bateu o próprio recorde. Em 2016, a versão da novela bíblica “Os Dez Mandamentos” fez história e ultrapassou o líder “Tropa de Elite 2” com 11.183.219 de ingressos vendidos.
A glória não foi conquistada sem polêmica. O blockbuster estreou com lugares vazios em salas tidas como lotadas.
A dobradinha no topo da lista era a grande meta da Record, que não se privou de usar uma verdadeira estratégia de guerra para alcançar o paraíso dos filmes brasileiros mais assistidos da história, onde figuram desde clássicos como “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976) a comédias como “Minha Mãe é Uma Peça 2” (2016).
A campanha envolveu não apenas o braço jornalístico da Record como toda a programação da emissora, que dispensou seu elenco para falar sobre o filme. O resultado foi uma produção que já somava 4 milhões de ingressos vendidos antes mesmo de sua estreia.
A reportagem apurou que membros da igreja têm anunciado distribuição de bilhetes com direito a transporte gratuito até a sala de cinema, levantando a suspeita de que membros da Universal estavam comprando ingressos de uma sala inteira para distribuição, o que sempre foi desmentido pela igreja.
Semanas antes da estreia, a Universal divulgou um texto alertando seus fiéis de que a mídia usaria de “fake news” para prejudicar o lançamento do filme.
O comunicado diz: “A mídia, os produtores e promotores destas fake news tentarão, de todas as formas, espalhar que o êxito do filme foi manipulado, que os ingressos teriam sido comprados pela Universal e distribuídos aos fiéis. É mentira! O que existe é a mobilização espontânea de grupos e de membros da Universal, que se organizaram para que o maior número de pessoas tenha chance de assistir ao filme”.
Assim como seu antecessor, nem todas as salas “esgotadas” de “Nada a Perder” encheram completamente.
A estratégia deve se repetir, salvo as devidas proporções, no mercado internacional. Presente em mais de cem países, a igreja aposta em uma distribuição sem precedentes.
Na semana passada, os países da América Central rece-
10 maiores bilheterias do cinema brasileiro
Braço cinematográfico da Igreja Universal bate o próprio recorde em meio a indícios de lotações forjadas
“Nada a Perder” (2018)
“Os Dez Mandamentos - O Filme” (2016)
“Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” (2010)
“Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976)
“Minha Mãe É Uma Peça 2” (2016) “O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão” (1977)
“Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (1977)
“2 Filhos de Francisco” (2005)
beram o filme e há grande expectativa para a estreia da cinebiografia nos Estados Unidos na sexta-feira (11).
Na semana seguinte, é a vez do Reino Unido e, ainda neste mês, o longa estreia em Trinidad e Tobago, Antígua, Santa Lúcia, Aruba, Curaçao, St. Croix, Guiana, República Dominicana e Porto Rico.
A expansão internacional da igreja será abordada na sequência do filme. “Nada a Perder” terá sua “Parte 2” com estreia prevista para abril de 2019 e a mesma meta de bater o recorde do recorde. são paulo O poeta mineiro Ricardo Aleixo lança nesta noite a antologia “Pesado Demais para a Ventania” (Todavia, R$ 39,90, 200 págs.).
Ele se apresenta no Jazz B, ao lado do pianista Benjamim Taubkin, numa sessão de improviso musical a partir de poemas do livro, que contará, ainda, com projeção de vídeo de Aline Motta.
Aleixo, cuja obra é marcada por aspectos da cultura afrobrasileira e pela denúncia ativa do racismo, costuma expandir seus poemas para além da página em performances que envolvem música, teatro e dança.
O poeta tem uma vasta agenda de apresentações poético-sonoras programada para este ano, que já conta com 25 cidades, no Brasil e no exterior.
Entre os textos que costuma apresentar, estão “Conheço Vocês pelo Cheiro”, “Cantiga de Caminho”, “Convivo Muito Bem com os Cães da Rua” e “Na Noite Calunga do Bairro Cabula”.
Este último, um dos primeiros poemas da antologia, evoca a uma só vez a travessia atlântica dos escravizados africanos e denuncia a morte violenta de negros.
“Morri quantas vezes na noite mais longa?/ Na noite imóvel, a mais longa e espessa / morri quantas vezes na noite calunga?”, diz o poema.
Após a performance, haverá sessão de autógrafos do livro, que é o primeiro lançamento poético da Todavia; inaugurada em 2017, a editora paulistana deve lançar dois títulos de poesia ao ano.
Lançamento de ‘Pesado Demais para a Ventania’
Jazz B, rua General Jardim, 43, Vila Buarque (região central), tel. 32574290, às 20h30 (performance a partir das 21h). Grátis.