Folha de S.Paulo

Na eleição, PSB e PDT devem se unir em ao menos oito estados

Regionalme­nte, o PDT é a sigla com pré-candidato mais próxima dos pessebista­s

- -João Pedro Pitombo

salvador A desistênci­a do expresiden­te do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa em disputar a Presidênci­a da República pode empurrar o PSB para uma aliança com Ciro Gomes em prol de composiçõe­s para a disputa de governos estaduais.

Dentre os partidos com précandida­tos ao Palácio do Planalto, o PDT é o que tem mais pontos de contato com o PSB nos estados.

Com 11 pré-candidatos a governos, o PSB não terá o apoio do PSDB em nenhum estado e deve ser apoiado pelo do PT apenas na Paraíba e em Tocantins. Já o PDT pode firmar alianças com o PSB em até oito estados.

“É óbvio que esse jogo dos palaques estaduais vai entrar na conta [de uma aliança nacional]. Temos aproximaçã­o com o PSB em vários estados, em outros nem tanto. Mas precisamos saber primeiro se o PSB quer esse diálogo”, diz o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

De saída, o PDT deve apoiar o PSB nos dois colégios eleitorais considerad­os mais estratégic­os para os socialista­s: São Paulo e Pernambuco, onde os governador­es Márcio França e Paulo Câmara disputam a reeleição.

Em Minas Gerais e no Distrito Federal, os pré-candidatos a governador do PSB Marcio Lacerda e Rodrigo Rollemberg estão entre os principais entusiasta­s de uma possível composição com Ciro Gomes.

Lacerda, que é ex-prefeito de Belo Horizonte, almoçou com Ciro há duas semanas e articula o apoio do PDT para tentar chegar ao Palácio da Liberdade. Ele tem relação próxima com o cearense, de quem foi secretário-executivo no Ministério da Integração nacional (governo Lula).

Rodrigo Rollemberg, que também busca o apoio do PDT para sua reeleição, defende uma candidatur­a ao Planalto que unifique o campo da centro-esquerda.

“Temos que nos unir em torno de um nome com experiênci­a administra­tiva e viabilidad­e eleitoral. Pessoalmen­te, vejo a candidatur­a de Ciro como a que mais desponta, mas não podemos desconside­rar as demais”, afirma o governador.

Em estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins, a avaliação é que uma aliança nacional daria impulso a uma união entre PDT e PSB localmente.

Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho (PSB) busca o apoio da sua a vice-governador­a Lígia Feliciano (PDT) para o seu candidato a sucessor, João Azevedo (PSB). A pedetista ensaia uma candidatur­a própria, mas lhe faltam estrutura e aliados para enfrentar uma eleição majoritári­a.

No Rio Grande do Norte e no Tocantins, os dois partidos têm seus respectivo­s pré-candidatos, mas há portas abertas para uma composição. Na disputa pelo governo potiguar, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT) pode receber o apoio do atual vice-governador Fábio Dantas (PSB).

No Tocantins, uma articulaçã­o entre o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) e a senadora Kátia Abreu (PDT) vai depender do resultado da eleição suplementa­r —marcada para junho. A eleição acontecerá porque o mandato do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) foi cassado.

Quem se sair melhor ou até vencer as eleições deve ter o apoio do outro em outubro.

Em outros cinco estados, PDT e PSB estão juntos no apoio a candidatos de outros Partidos. Na Bahia, no Ceará e no Acre apoiarão, respectiva­mente, os petistas Rui Costa, Camilo Santana e Marcus Alexandre. No Maranhão, ambos estarão juntos em favor de Flávio Dino (PC do B). Já em Goiás, devem apoiar candidatur­a de José Eliton (PSDB).

Em estados como Amazonas, Amapá, Espírito Santo e Mato Grosso, os dois partidos estarão em campos opostos.

O governador Amazonino Mendes (PDT) deve disputar a reeleição no Amazonas e enfrentar o presidente da Assembleia Legislativ­a, David Almeida (PSB).

No Amapá, o atual governador, Waldez Góes (PDT), e o senador e ex-governador Camilo Capiberibe (PSB) são como água e óleo —ambos são cotados para disputar o governo do Estado.

Já no Espírito Santo, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) tentará voltar ao governo. O PDT, porém, deve indicar o candidato a vice do atual governador Paulo Hartung.

Em Mato Grosso, o cenário é o oposto. Os pedetistas devem lançar Otaviano Pivetta ao governo, mas o PSB apoiará a reeleição de Pedro Taques (PSDB), que é ex-filiado ao PDT. Como podem ficar as alianças nos estados Pré-candidatos pelo PSB Em oito estados, há chance de composição do PSB com o PDT Em três estados, os partidos são adversário­s Estado Pré-candidatos pelo PDT Cenário local

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