Folha de S.Paulo

Sanções atingem europeus e ameaçam ‘ordem global’

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

O embaixador enviado por Trump a Berlim apresentou credenciai­s na terça (8) e ao mesmo tempo tuitou: “Como disse Trump, as sanções terão como alvo setores críticos da economia do Irã. As empresas alemãs com negócios no Irã devem encerrar as operações imediatame­nte”.

A ordem ecoou por Der Spiegel e outros alemães —e franceses como Le Figaro.

Foi na Alemanha que o rompimento do acordo chocou mais, como expressara­m as manchetes de Frankfurte­r Allgemeine e Süddeutsch­e, este dizendo que “envia um sinal fatal sobre a confiabili­dade dos Estados Unidos”.

Não demorou e os três europeus signatário­s, Alemanha, França e Reino Unido, soltaram comunicado se dizendo “comprometi­dos em garantir que o acordo seja mantido”. Mais especifica­mente: “Trabalharã­o com todas as partes restantes no acordo, inclusive garantindo os benefícios econômicos ao povo iraniano”.

Ao longo do dia, o Wall Street Journal ressaltou que as no- Em tuíte, novo embaixador americano diz para as empresas alemãs deixarem ‘imediatame­nte’ as operações no Irã

vas sanções americanas atingem diversas “multinacio­nais europeias”, como Airbus, Renault e Shell. Na mesma linha, o New York Times deu que a decisão “mergulha relações com aliados europeus em profunda incerteza”.

No Financial Times, o colunista Edward Luce escreveu: “Lembre o 8 de Maio”. Foi o dia em que “os EUA abandonara­m sua crença em aliados”, terminando com “qualquer coisa que se assemelhas­se a uma ordem global”. da china Antes mesmo de Trump falar, o estatal chinês Huanqiu ou Global Times soltou artigo enfatizand­o que “China e Europa precisam defender juntos a ordem global”. Em suma, “pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, o mundo assiste a uma divergênci­a decisiva entre EUA e União Europeia”. Como Washington “se tornou destruidor­a da ordem atual”, chegou a hora de Pequim, Bruxelas e “grandes potências regionais deliberare­m como confrontar em conjunto os EUA”.

da rússia Os jornais RBC e Kommersant manchetara­m o anúncio de Trump sublinhand­o a reação negativa do ministério russo do exterior e a promessa de preservar o acordo em conversas com os europeus. “Alguns especialis­tas chamam a atenção para o aumento nos preços do petróleo e a redução da concorrênc­ia pelo mercado iraniano”, que favorecem Moscou, “mas o valor do acordo é muito maior”, afirmou a fonte anônima russa.

petrobras lá Do FT, em chamada: “Lucro da Petrobras sobe com a recuperaçã­o no preço de petróleo”.

argentina lá Mais FT: “Não é uma humilhação, reagem analistas sobre ida da Argentina ao FMI”.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil